Pular para o conteúdo principal

Postagens

Escrever... ... é uma construção de difícil partilha. Tão rápido se escreve, mais rápido ainda se dá a incompreensão. Como se fazer compreender? Talvez a melhor resposta seja: lapidação. Tal como um diamante que antes de ser lapidado parece ser mais uma pedra bonitinha, depois da lapidação orna, em colares, pulseiras e roupas, o corpo humano. Por vezes, tenho simplesmente me ocupado em juntar pedras e mais pedras. O simples fato de poder expressar as várias ideias que brotam em mim, já me satisfaz bastante, mas não o bastante. Estou consciente de que a palavra é um símbolo, uma maneira aproximada de apontar para tudo o que experienciei de algum modo, seja o que vi, pensei, li, intuí, etc. Mas, não basta um apressado gesto de expressão. Muitas vezes, ainda que brote e pareça muito com o que quis expressar, o texto, tal qual um mapa, pode orientar os navegantes para longe do tesouro que quis compartilhar. Veja bem, leitura para mim não é um fim em si, é um caminho. Diante disso,
Entre achados e perdidos* Como eh boa a sensação de achar algo que te traga boas memórias, lembranças guardadas hå muito em um baú de madeira, então lå vai um poeminha de 24.01.2000! Necessito-te quando estah longe saudade quero estar com ele sempre me tornou uma pessoa pacífica me sinto de alma limpa é a certeza de que soh pode ser amor nåo eh mais paixão que sufoca segurança no seu peito proteção no seu abraço me sinto inabalável com ele por perto com ele por perto o mundo eh estranho aos meus olhos mas tudo se explica como se fosse fácil apenas acreditar seus carinhos são o que eu preciso na dose certa todos os dias hoje hoje meu coração bate afagado como se tivesse uma boa razão para bater *Débora Perroni Professora de Filosofia, estudante de Filosofia Clinica. Porto Alegre/RS
Se beber, não dirija. Também não faça declarações* Trinta e cinco mil pessoas por ano perdem a vida em decorrência de acidentes de trânsito no Brasil. Preste atenção: 35 mil!!! Quase cem pessoas por dia!!! Estes números são alarmantes e a tendência é de crescimento. Segundo o Ministério da Saúde, metade destas mortes está relacionada ao uso de álcool por motoristas. O álcool é um forte depressor do Sistema Nervoso Central. Inicialmente quem bebe perde a inibição e sente-se mais corajoso, mas com a progressão da ingestão, passa a ter reflexos mais lentos, perde a noção de distância e torna-se sonolento, sendo uma vítima e um agressor potencial ao volante. Campanhas educacionais não foram eficazes para estancar esta mortandade alcoólica automotiva. Os números cresciam ano a ano. Quando a sociedade ameaça entrar em colapso devido a determinado comportamento funesto, o governo está autorizado a regulamentar tal conduta criando uma lei para preencher o vazio. A lei invade o territóri
A Arte de Bem-Viver* Muitas questões existenciais percorrem os caminhos de nossa natureza humana. Reféns de um sistema repleto de inúmeras respostas e soluções fáceis aos diversos questionamentos humanos há perguntas que continuarão sem respostas e há respostas que sempre serão tão frágeis como a palha seca que se queima com a primeira faísca de um questionamento mais profundo. Fato é, que o coração muitas vezes precisa de um porto seguro, onde viver seja uma experiência concreta e que traga felicidade plena. Há, no entanto pessoas que não buscam a razão de viver, pois já a descobriram, ou então estão felizes como vivem. Mas e aqueles que buscam a plenitude do viver? Viver uma vida plena implica em aprendizagem. Quando me refiro ao aprendizado estou alicerçado em um conceito que vai além de um sistema educacional alicerçado no saber teórico, pois acredito que viver é sempre a extensão prática da teoria. A teoria nos apresenta conceitos e experiências particulares. Cada ser huma
Porque nada está pronto* Em nenhum lugar está escrito que a vida seria um mar de rosas em tempo integral. O mais provável é que os caminhos sejam, para a grande maioria dos seres mortais, de desafios que alternam as estruturas e surpreendem até a si mesmos, sem prévio aviso e regado com profusão de ritmos. Mas parece que de alguma forma acreditamos nesta possibilidade. Nesta esperança que impulsiona sentires em direção a algo no qual acreditamos. Todo amanhecer pressupõe renovação, até mesmo quando nada se manifesta. É como uma flecha se encaminhando de forma precisa para onde supomos não haver nada. Quantos vazios se escondem na multidão... quantos temores vãos se reconhecem e se proliferam, na tentativa de ganhar espaço nas veias abertas das dores e dos dissabores... quantos enigmas nos perpassam e nos convidam a refletir e penetrar zonas desconhecidas de nossos limites próprios... quantas fronteiras ainda a explorar. E nossos instintos nos pedem apenas que sobrevivamos. Ma
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXII* AS MULTIDÕES Não é dado a todo o mundo tomar um banho de multidão: gozar da presença das massas populares é uma arte. E somente ele pode fazer, às expensas do gênero humano, uma festa de vitalidade, a quem urna fada insuflou em seu berço o gosto da fantasia e da máscara, o ódio ao domicílio e a paixão por viagens. Multidão, solidão: termos iguais e conversíveis pelo poeta ativo e fecundo. Quem não sabe povoar sua solidão também não sabe estar só no meio de uma multidão ocupadíssima. O poeta goza desse incomparável privilégio que é o de ser ele mesmo e um outro. Como essas almas errantes que procuram um corpo, ele entra, quando quer, no personagem de qualquer um. Só para ele tudo está vago; e se certos lugares lhe parecem fechados é que, a seu ver, não valem a pena ser visitados. O passeador solitário e pensativo goza de uma singular embriaguez desta comunhão universal. Aquele que desposa a massa conhece os prazeres febris dos quais se
Leituras de Filosofia Clínica III* “Lembro-me, já nos últimos tempos de sua estada conosco, de um conceito dessa natureza, que nem chegou a ser mesmo um conceito, mas antes unicamente um olhar. Foi quando um célebre historiador e crítico de arte, de renome europeu, anunciou uma conferência na universidade local e logrei persuadir o Lobo da Estepe a que fosse assistir a ela, embora não me demonstrasse nenhum prazer em ir. Fomos juntos e nos sentamos um ao lado do outro no auditório. Quando o orador subiu a tribuna e começou a elocução, decepcionou, pela maneira presumida e frívola de seu aspecto, a muitos de seus ouvintes, que o haviam imaginado algo assim como um profeta. E quando então começou a falar e, à guisa de introdução, endereçou aos ouvintes palavras lisonjeiras, agradecendo-lhes por terem comparecido em tão grande número, nesse exato momento o Lobo da Estepe me lançou um olhar instantâneo, um olhar de crítica àquelas palavras e a toda a pessoa do conferencista, oh!, um ol

Visitas