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Devaneios sobre o meio do caminho*

Leio muito. Me delicio, me apaixono, me surpreendo com os livros. Sou eclética, vou de Dostoievski a Martha Medeiros, de Fernando Pessoa a John Green, de Hemingway a Aaron Beck  passando por Freud e Jung. Ler engrandece minha alma. E foi lendo justamente o texto: “O que acontece no meio” de Martha que me deparei em devaneios sobre a vida.  O texto escreve de uma forma simples e clara (para alguns até piegas), o que acontecem no meio da vida, aquela coisa existente entre o nascer e o morrer. E resolvi fazer meus próprios rabiscos sobre esse meio do caminho. No meio desse caminho de sair do tão aconchegante útero materno até a mais temida de todas as coisas em vida que é a morte, mas também a mais certa de todas, tanta coisa acontece e a gente nem sequer se dá conta. E aqui vale dizer, o que é importante pra mim pode não ser em nada importante pra você. Posso dizer que aos meus 33 anos de vida já vivi coisas, já vivenciei histórias, de alegrias e sofri

De onde vem?*

O título deste texto já nos remete para uma pergunta comumente feita ao longo do curso de formação em Filosofia Clínica (FC) e que, pela sua relevância, pretendo desenvolver brevemente.  No referido curso, quando alguém é muito enfático para afirmar “sua verdade” sobre alguma coisa, o professor olha para os demais alunos e pergunta: “De onde vem essa fala?”. Ela se refere à fonte de nossas afirmações. E essas fontes podem ser didaticamente compreendidas em dois sentidos: o da (1) historicidade formadora do que somos e o do tópico de nossa (2) Estrutura de Pensamento (EP), que por sua vez expressa como somos. Quando afirmamos algo, seja pela fala ou pelas crenças que nos levam a agir de determinado modo, muitas vezes são convicções originadas das experiências adquiridas ao longo de nossa vida. A lembrança que nos foi legada por nossos pais, parentes e pessoas próximas, que diziam como era nossa família antes de nascermos, as primeiras lembranças da infância, as experiências

$$$$$$$ Geração Coca-Cola $$$$$$$$$*

Quando nascemos fomos programados Pra comer o que vocês nos empurraram com os enlatados dos USA das nove às seis desde pequenos nós comemos lixo comercial e industrial mas agora chegou a nossa vez vamos cuspir de volta todo o lixo em cima de vocês! Somos filhos da revolução Somos burgueses sem religião Somos o futuro da nação Geração Coca-Cola Depois de vinte anos na escola Não é difícil aprender Todas as manhas do seu jogo sujo Não é assim, que deve ser? Vamos fazer nosso dever de casa Aí então, vocês vão ver! Suas crianças derrubando reis Fazer comédia no cinema Com as suas leis! *Renato Russo

Geometria dos ventos*

Eis que temos aqui a Poesia, a grande Poesia. Que não oferece signos nem linguagem específica, não respeita sequer os limites do idioma. Ela flui, como um rio. como o sangue nas artérias, tão espontânea que nem se sabe como foi escrita. E ao mesmo tempo tão elaborada - feito uma flor na sua perfeição minuciosa, um cristal que se arranca da terra já dentro da geometria impecável da sua lapidação. Onde se conta uma história, onde se vive um delírio; onde a condição humana exacerba, até à fronteira da loucura, junto com Vincent e os seus girassóis de fogo, à sombra de Eva Braun, envolta no mistério ao mesmo tempo fácil e insolúvel da sua tragédia. Sim, é o encontro com a Poesia. *Rachel de Queiroz

Fragmentos filosóficos delirantes*

"Antes de vivermos, a vida é coisa nenhuma, O homem começa por existir, isto é, o homem é de início o que se lança para um futuro e o que é consciente de se projectar no futuro. O homem é primeiro um projecto que se vive subjectivamente, em vez de ser musgo, podridão ou couve-flor; nada existe previamente a esse projecto; nada existe no céu ininteligível, e o homem será em primeiro lugar o que tiver projetado ser.  Não o que tiver querido ser. Porque o que nós entendemos ordinariamente por querer é uma decisão consciente, e para a generalidade das pessoas posterior ao que se elaborou nelas. Posso querer aderir a um partido, escrever um livro, casar-me: tudo isto é manifestação de uma escolha mais original mais espontânea do que se denomina por vontade. (...) Escreveu Dostoievsky: «Se Deus não existisse, tudo seria permitido.» É esse o ponto de partida do existencialismo. Com efeito, tudo é permitido se Deus não existe, e, por conseguinte, o homem e

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