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Que seja bom o que vier*

Te desejo uma fé enorme. Em qualquer coisa, não importa o quê. Desejo esperanças novinhas em folha, todos os dias. Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria. Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz. As coisas vão dar certo. Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa. Te quero ver feliz, te quero ver sem melancolia nenhuma. Certo, muitas ilusões dançaram. Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas. Que 2011 seja

Ânimos de Alecrim*

Loucura fascinada De flores nos cabelos Loucura ensandecida Com rodelas de abobrinha no nariz Corpo de falsete Ânimo de alecrim. Loucura viajora, Perséfone se vai Mas dos infernos ainda retorna. Louca mansa enluarada Véu e estrela em noite quente Janelas abertas, convites feitos. É pisar na lama sabendo que vai afundar É se jogar para um voo que não acontece É se dizer matrona ao ser presa É saber presente o que ninguém vê Se sentir rainha quando é só mulher Velhos fardos, tortos fracos. *Vania Dantas Filósofa Clínica Brasília/DF

Razão de ser*

Escrevo. E pronto. Escrevo porque preciso, preciso porque estou tonto. Ninguém tem nada com isso. Escrevo porque amanhece, E as estrelas lá no céu Lembram letras no papel, Quando o poema me anoitece. A aranha tece teias. O peixe beija e morde o que vê. Eu escrevo apenas. Tem que ter por quê? *Paulo Leminski

Escrever...*

Quem gosta de escrever entende. Quando a alma se encolhe não há como escrever. Torna-se algo impossível. Daí não tem o que fazer. A não ser esperar. Qualquer tentativa de esforço é em vão. As palavras partem-se pela metade. Não acham o seu lugar certo. Não conseguem completar uma frase inteira. As letrinhas tornam-se triangulares. Cheias de pontinhas. Não rimam. Não constroem melodias. Ferem-se umas as outras. Aí digo para mim mesmo: Ah, Zé, não machuque as letrinhas.... De repente aparece como que um clarão. E no ônibus. E eu sem caneta. Aproximei-me, timidamente, de todos os passageiros. Pedindo-lhes, por favor, uma caneta emprestada. Mas não havia canetas. Pensei em descer do ônibus e escrever na areia. Ou na água. Uma senhora viu meu alegre desespero e emprestou-me seu lápis de colorir os olhos. Aceitei, assim sem jeito. E que é o meu jeito. Escreveria a mim, através dos olhinhos dela.... Pouco depois, vendo-me escrever, minha amiga, sentada ao meu lado deu-me a

Fragmentos filosóficos delirantes*

"(...) Não é à crítica que me quero referir, porque ninguém pode esperar ser compreendido antes que os outros aprendam a língua em que fala. Repontar com isso seria, além de absurdo, indício de um grave desconhecimento da história literária, onde os gênios inovadores foram sempre, quando não tratados como doidos (como Verlaine e Mallarmé), tratados como parvos (como Wordsworth, Keats e Rossetti) ou como, além de parvos, inimigos da pátria, da religião e da moralidade, como aconteceu a Antero de Quental, sobretudo nos significativos panfletos de José Feliciano de Castilhos, que aliás, não era nenhum idiota. (...)" "(...) Toda a coisa que vemos, devemos vê-la sempre pela primeira vez, porque realmente é a primeira vez que a vemos. E então cada flor amarela é uma nova flor amarela, ainda que seja o que se chama a mesma de ontem. A gente não é já o mesmo nem a flor a mesma. O próprio amarelo não pode ser já o mesmo. É pena a gente não ter exatamente os olh

Poéticas da Singularidade*

Voo em liberdade Suspirando flores Confiante na existência Brincando e dançando aos ventos Deixei de ser gente Sou pássaro passarinho Saí do meu ninho Viajo por ares a colher sementes Voo e sinto o sol Salto nas folhagens Dos múltiplos verdes Sou forasteiro de asas abertas a experimentar O vir-a-ser da real imaginação Rompo horizontes e mergulho nos mares do sem fim! *Rosângela Rossi Psicoterapeuta, Filósofa Clínica, Escritora, Poeta Juiz de Fora/MG

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