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Amor Bastante*

Quando eu vi você tive uma ideia brilhante  foi como se eu olhasse de dentro de um diamante  e meu olho ganhasse mil faces num só instante   basta um instante e você tem amor bastante. *Paulo Leminski

O coração, um amor e uma taça de vinho*

Caro amigo... Explique-me, caro amigo, O amor, por acaso, muda de idéia Brinca de construir num dia E, no outro, brinca de destruir? O amor morrendo faz barulho, Mas, e o barulho do amor vivendo? -"Que solicitas, tu, amado, Como dote para ser feliz?" -"Teu canto e tua dança, E o teu coração sempre alegre...." -"E tu, amada, que solicitas Como dote para ser feliz?" -"Uma taça de vinho, E o teu coração sempre alegre..." *José Mayer Filósofo. Livreiro. Poeta. Estudante na Casa da Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"O mesmo poema é lido por várias pessoas, e cada uma delas faz dele o 'seu' poema. Assim funciona a imaginação: cada um precisa reimaginar por si mesmo." "A nova era só termina quando esses limites se tornam rígidos e convencionais, aguardando seu rompimento por outra descoberta, para que prossiga a marcha no rumo das próxima liberdade." "A obra de arte, ao contrário, é essencialmente uma proposição incompleta, que nos é apresentada para que com ela possamos construir nossa própria generalização." "E depois de ler essa passagem de Gertrude Stein, estilisticamente estranha (como A Rose is a Rose, is a Rose) [Uma rosa é uma rosa, é uma rosa], ela de repente nos faz perceber que os problemas que a preocupavam só podiam ser expressos daquela forma." "(...) a obra de arte nos ensina não só o que é agir como se fôssemos outra pessoa, mas também o que é ser outra pessoa." "(...) a história é feita por fanát

Entropia da Calêndula*

“Mas não tenho nenhuma certeza de que o porvir de vocês coexistia assim com o seu presente.” Henri Bergson A ordem é a desordem. Havia um tempo que a desordem era o momento em que as coisas começavam a tomar um ponto a seguir, que as direções se distribuíam conforme os seguimentos da existência pediam passagem. Hoje, o caos não é mais dessa proposição, ou seja, a expressão verbal dos conceitos deixa de ter legitimidade diante dos fatos que atropelam o uso da linguagem. Se o juízo de algo é mais do que uma verdade, se ele passa a ser um acontecimento destruidor, a proposição do que estou aqui a pensar não tem importância alguma de sua veracidade de enunciado. Esse pequeno esforço recreativo, quase um jogo do pensamento, é porque ando a refletir sobre os efeitos benéficos e maléficos das Verdades seculares, sejam elas de ordem das ideias, dos grandes movimentos e correntes do pensamento, ou da heresia quase suicida de afrontar ao uso analítico de conceituar tudo através da

Espiritualidade cristã e qualidade de vida*

Quando falamos em qualidade de vida, logo nos lembramos de uma alimentação saudável, exercícios, noites de sono bem dormidas e outras centenas de métodos que visam cuidar da pessoa de um modo que possa viver mais e melhor. Mas onde entra a espiritualidade cristã dentro do contexto da qualidade de vida? Hoje, o ser humano é visto como um todo. Não somos um compartimento com gavetas diferenciadas. Tudo o que faz parte de nós compõe aquilo que somos. E a espiritualidade está presente naquilo que faz parte de nossa existência em sua totalidade. Quando descuidamos da alimentação, o nosso corpo, as nossas emoções, o nosso humor, o nosso sono, a nossa autoestima, o nosso desempenho no trabalho, as nossas motivações respondem de maneira negativa. O mesmo processo acontece quando descuidamos de nossa espiritualidade. Todo o nosso ser responde negativamente. Uma qualidade de vida saudável também exige que a espiritualidade seja cuidada. Muitos adentram em complexos processos de

Fragmentos de alma primaveril*

"Saibam, pois, que a arte é: um caminho para a liberdade. Todos nós nascemos acorrentados. Um ou outro esquece os seus grilhões, revestindo-os de prata ou de ouro. Mas nós queremos quebrá-los. Não com violência torpe e selvagem; queremos nos desvencilhar crescendo até que eles não nos caibam mais."  "A criação do artista é uma insígnia: a partir de seu íntimo ele exterioriza todas as coisas pequenas e efêmeras: seu sofrimento solitário, seus desejos vagos, seus sonhos angustiados e aquelas alegrias que perdem o viço. Aí sua alma se engrandece e torna-se festiva, e ele criou o lar digno para si mesmo." "Cada um de nós recria a mundo ao nascer, porque cada um de nós é o mundo." "(...) a busca nostálgica de si mesmos. Seus maiores arrebatamentos provinham das descobertas que faziam em seu íntimo." "Fato é que cada um cresce em direção a si mesmo." "Não podendo a arte ser nacional em seus momentos de apogeu, se

Viver e morrer*

Estaríamos nós desprezando a presença da morte? Mais uma vez ela estava presente, ou melhor, ela sempre esteve. Por mais que não a enxerguemos, está rondando o ambiente. E, quando menos esperamos, aparece num último suspiro, acompanhada sempre de algumas indagações, medos, incertezas, sofrimentos, projetos inacabados e até mesmo alívios. Quando se recebe a notícia de que se está com uma doença terminal, se pensa logo que vai morrer. E, realmente, em algum momento vamos morrer... Só que não sabemos o momento.  Quando a morte é no “outro”, acabamos de alguma forma, morrendo um pouco. Apenas presenciamos, sabendo que em algum momento esta morte será no “eu”. Ainda assim, continuamos a viver como se nunca fossemos morrer, adquirimos coisas, fazemos planos e até colecionamos objetos, sem pensar que em algum momento vamos nos desprender deles. Essa é a forma através da qual a sociedade enxerga a morte. Falar de morte ainda é um tabu. Falamos de sexo, de drogas,

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"Em sua essência, a linguagem não é expressão e nem atividade do homem. A linguagem fala. O que buscamos no poema é o falar da linguagem. O que procuramos se encontra, portanto, na poética do que se diz." "Poesia nunca é propriamente apenas um modo mais elevado da linguagem cotidiana. Ao contrário. É a fala cotidiana que consiste num poema esquecido e desgastado, que quase não mais ressoa." "A poesia de um poeta está sempre impronunciada. Nenhum poema isolado e nem mesmo o conjunto de seus poemas diz tudo. Cada poema fala, no entanto, a partir da totalidade dessa única poesia, dizendo-a sempre a cada vez." "O delirante pensa e pensa mais do que qualquer um. Mas nisso ele fica sem o sentido dos outros. Ele é um outro sentido." "O desprendido é delirante porque está a caminho de outro lugar." "Deixei uma posição anterior, não por trocá-la por oura, mas porque a posição de antes era apenas um passo numa caminh

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