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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Pequenos Robinsons em terra firme, somos todos, desse ponto de vista, heróis de romances que vagamos por mundos em construção, obrigados que estamos, para advir à existência no interior de nosso próprio texto, a fazer de nós também construtores de cenários, planejadores urbanos, geômetras, agrimensores, sinalizadores do espaço - e do tempo." "(...) Espécie mais raro, o segundo - o viajante disponível -, por sua vez, chega, ao contrário, livre de todo programa preciso. Não tem nenhuma transação para concluir, nenhuma cobiça a satisfazer, nenhuma ordem a estabelecer. Desejando-se inteiramente desimpedido, ele sequer se preocupou, antes de partir, de notar o que poderia haver 'para ver' ali onde ele vai chegar. na realidade, se ele se pôs a caminho numa bela manhã, foi mais ou menos de improviso (...)" "Ele não se instalará. Ele não se comportará como ocupante, nem por conta própria nem por conta de algum longínquo mandatário. Apenas passando

Contradição*

E então vestia-se de anjo Sabia exatamente o que queria Mas o que queria mesmo, nunca soube... Adorava a noite com suas sombras. Contudo temia os olhos do escuro. Seu dia era pesado. Á noite vestia-se de seu sorriso e se alegrava. Enchia-se de coragem. Reclamava do tempo e da sua lentidão. Sabia, todavia, que não havia outro jeito. O tempo era o melhor remédio para algumas dores. Então, dava tempo ao tempo. E o tempo lhe retribuía na mesma moeda. Amava a chuva e os dias nublados. Por aquilo que eles escondiam..Escrevia sobre aquilo que o tempo não mostrava. Ansiava por um grande amor na chuva.... Temia o desconhecido. Mas o mistério a fascinava. Vestia-se muito mais para se ocultar, do que se revelar. Entrava mar adentro, voava com o vento , surfava nas nuvens. Adorava viajar. Pegou então uma carona para as estrelas. Não haviam lhe ensinado que o brilho de umas é tão lindo de longe, mas queima de perto. Não queria se entregar a amores. Mas pensava o tempo int

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"Não existe nenhum organismo individual que viva em isolamento. Os animais dependem da fotossíntese das plantas para ter atendidas as suas necessidades energéticas; as plantas dependem do dióxido de carbono produzido pelos animais, bem como do nitrogênio fixado pelas bactérias em suas raízes; e todos juntos, vegetais, animais e microorganismos, regulam toda a biosfera e mantêm as condições propícias à preservação da vida."   "Todo organismo vivo se renova constantemente, na medida em que suas celulas se dividem e constroem estruturas, na medida em que seus tecidos e órgãos substituem suas celulas num ciclo contínuo. Apesar dessa mudança permanente, o organismo conserva a sua identidade global, seu padrão de organização." "(...) o sistema que se liga ao ambiente através de um vínculo estrutural é um sistema que aprende." "A cognição, portanto, não é a representação de um mundo que existe independentemente e por si, mas antes a contínua

Apontamentos de lógica superlativa*

Existe um mundo exageradamente singular. O lugar constitui-se de eventos descritos por um vocabulário de exuberâncias. Uma estrutura onde tudo se agiganta diante das expressões de êxtase. Sua sobrevida se alimenta de anúncios dos eventos realçados. Um teor fantástico expressa rumores de imensidão. Seu ser extraordinário transborda numa perspectiva exaltada.  Nas entrelinhas do discurso bem ajustado essa lógica dos excessos busca emancipar-se. Um devir assim aprecia o refúgio numa dialética dos sobressaltos. Ao sujeito constituído nalguma forma de esteticidade, não é raro o olhar da tradição prescrever-lhe alguma tipologia, enquadrando-o como desajustado.   Ao surgir numa intensidade máxima contrapõe-se a rotina mediana. Seu dizer superlativo emancipa o cotidiano para engendrar sonhos, arremessar possibilidades. Os relatos dessa linguagem sugere um brilho incomparável ao seu autor. Desdobrando-se para além dos territórios conhecidos, modifica recriando o lugar_espaço_tempo

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"Quando a vida se torna invivível, deve-se inventar uma vida nova." "Cada reorganização produz, implicitamente, versões diferentes da história de um indivíduo." "No decorrer da existência, cada indivíduo experimenta então, diferentes versões de si mesmo, que incluem trechos não traduzidos na linguagem das camadas seguintes." "O sujeito delirante acha-se, assim, no centro de um embate entre lógicas que, em diferentes períodos, estruturaram, separadamente, a experiência atingível e agora não conseguem explicar a con-fusão dos respectivos conteúdos. (...) Sua mente torna-se, então, a matriz de novas traduções impróprias, absurdas e bizarras, mas adequadas ao novo mundo em que ele se encapsula."  "O delírio dilacera o cenário opaco do mundo da vida, dado por todos como pressuposto, e o coloca em discussão abertamente. Onde nada é óbvio, tudo deixa de ser familiar, tudo é submetido a um exame cuidadoso e a uma revisão radical.

Mônica Aiub desfilia-se da ANFIC*

       Esclarecimentos sobre minha desfiliação da ANFIC:      Iniciei meus estudos em filosofia clínica em 1997, desde então tenho dedicado grande parte de meu trabalho, incluindo as pesquisas, a esta área. Além das pesquisas, do trabalho em consultório, da responsabilidade pela formação dos filósofos clínicos em São Paulo, atuei na formação da Associação Nacional de Filósofos Clínicos – ANFIC, fundada em 2008. Fui sócia fundadora e presidente desta associação de 2008 a 2010 e de 2012 até dia 16 de janeiro de 2016, quando, durante a Assembleia Extraordinária convocada por mim para a reforma estatutária, renunciei ao cargo de presidente. Findada a assembleia, desfiliei-me da ANFIC.      Minha decisão foi provocada, principalmente, pelo distanciamento que observo entre as práticas da filosofia clínica e sua base, a filosofia. Desde o início tenho defendido que a filosofia clínica é filosofia, e com isso quero dizer que não podemos nos distanciar da pesquisa filosófica, da me

*Floresceres

...e assim a flor abre a cada amanhecer trazendo sonhos para colher fazeres e as possibilidades infinitas ...e assim a vida floresce se torna poema para quem tece amores e coze obstáculos ... e assim Deus se distribui em milhões de orvalhos no fazer brilhar o Cris/Tao em nossos corações ...e assim vamos vivendo dia após dia em Graça apesar de todos apesares a observar estes floresceres. ... e assim vale dizer: Bom dia! na eterna esperança de ver a vida brotar em paz a dissolver a guerra *Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Filósofa Clínica. Escritora. Juiz de Fora/MG

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"Nossos pensamentos correm sobre a fronteira aberta para confraternizar com povos de outros costumes e outra língua. A fascinação nos confronta diuturnamente com o diverso. Etnias de diferentes origens nos levam a saborear diferenças dentro das nossas fronteiras." "Louvável nesta visão panorâmica da literatura brasileira é o esforço de compreendê-la na sua diversidade sem as deformações provocadas quando submetida à ótica dos centros hegemônicos." "(...) Viaja-se pelo puro prazer de viajar. Coisas acontecem ao sabor do deslocamento. Homens se renovam. Tudo se renova. O viajante não é mero espectador. Tocado pelo lugar, ele se transforma. Fronteiras se movem ao infinito. Odisseu, o navegante homérico, se desloca conduzido pelo desejo de conhecer o espírito dos homens, o espaço contribui para formar os espíritos inventados (...)." "Fantasmagórico é o universo verbal. Faça-se a afirmação que se fizer, ela será sempre traidora, prostituíd

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