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Coisa mais linda que existe (1968)*

Coisa linda neste mundo É sair por um segundo E te encontrar por aí Pra fazer festa ou comício Com você perto de mim Na cidade em que me perco Na praça em que me resolvo Na noite da noite escura É lindo ter junto ao corpo Ternura de um corpo manso Na noite da noite escura Coisa linda neste mundo É sair por um segundo E te encontrar por aí Pra fazer festa ou comício Com você perto de mim O apartamento, o jornal O pensamento, a navalha A sorte que o vento espalha Essa alegria, o perigo Eu quero tudo contigo Com você perto de mim Coisa linda neste mundo É sair por um segundo E te encontrar por aí Pra fazer festa ou comício A coisa mais linda que existe É ter você perto de mim *Torquato Neto

Lazarus*

Ele disse “Olha aqui, estou no céu, tenho cicatrizes que não podem ser vistas”. Ele é um visionário, um pássaro livre que voou para o céu. Migrou do mundo para o distante e profundo lugar, nos corações. Foi visto trocando de pele, de cabelo, de roupa, foi visto nas ruas de todas as cidades, nos cafés, nas redes, foi visto no caminho do mar, da noite, foi visto de carro atravessando a ponte, foi visto lendo um livro no aeroporto. Está marcado na parede com suas estrelas, sua última aparição, ainda hoje (sempre). *Luis Antônio Paim Gomes Filósofo. Professor. Editor. Livre Pensador. Porto Alegre/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Pequenos Robinsons em terra firme, somos todos, desse ponto de vista, heróis de romances que vagamos por mundos em construção, obrigados que estamos, para advir à existência no interior de nosso próprio texto, a fazer de nós também construtores de cenários, planejadores urbanos, geômetras, agrimensores, sinalizadores do espaço - e do tempo." "(...) Espécie mais raro, o segundo - o viajante disponível -, por sua vez, chega, ao contrário, livre de todo programa preciso. Não tem nenhuma transação para concluir, nenhuma cobiça a satisfazer, nenhuma ordem a estabelecer. Desejando-se inteiramente desimpedido, ele sequer se preocupou, antes de partir, de notar o que poderia haver 'para ver' ali onde ele vai chegar. na realidade, se ele se pôs a caminho numa bela manhã, foi mais ou menos de improviso (...)" "Ele não se instalará. Ele não se comportará como ocupante, nem por conta própria nem por conta de algum longínquo mandatário. Apenas passando

Contradição*

E então vestia-se de anjo Sabia exatamente o que queria Mas o que queria mesmo, nunca soube... Adorava a noite com suas sombras. Contudo temia os olhos do escuro. Seu dia era pesado. Á noite vestia-se de seu sorriso e se alegrava. Enchia-se de coragem. Reclamava do tempo e da sua lentidão. Sabia, todavia, que não havia outro jeito. O tempo era o melhor remédio para algumas dores. Então, dava tempo ao tempo. E o tempo lhe retribuía na mesma moeda. Amava a chuva e os dias nublados. Por aquilo que eles escondiam..Escrevia sobre aquilo que o tempo não mostrava. Ansiava por um grande amor na chuva.... Temia o desconhecido. Mas o mistério a fascinava. Vestia-se muito mais para se ocultar, do que se revelar. Entrava mar adentro, voava com o vento , surfava nas nuvens. Adorava viajar. Pegou então uma carona para as estrelas. Não haviam lhe ensinado que o brilho de umas é tão lindo de longe, mas queima de perto. Não queria se entregar a amores. Mas pensava o tempo int

Fragmentos filosóficos, delirantes*

"Não existe nenhum organismo individual que viva em isolamento. Os animais dependem da fotossíntese das plantas para ter atendidas as suas necessidades energéticas; as plantas dependem do dióxido de carbono produzido pelos animais, bem como do nitrogênio fixado pelas bactérias em suas raízes; e todos juntos, vegetais, animais e microorganismos, regulam toda a biosfera e mantêm as condições propícias à preservação da vida."   "Todo organismo vivo se renova constantemente, na medida em que suas celulas se dividem e constroem estruturas, na medida em que seus tecidos e órgãos substituem suas celulas num ciclo contínuo. Apesar dessa mudança permanente, o organismo conserva a sua identidade global, seu padrão de organização." "(...) o sistema que se liga ao ambiente através de um vínculo estrutural é um sistema que aprende." "A cognição, portanto, não é a representação de um mundo que existe independentemente e por si, mas antes a contínua

Apontamentos de lógica superlativa*

Existe um mundo exageradamente singular. O lugar constitui-se de eventos descritos por um vocabulário de exuberâncias. Uma estrutura onde tudo se agiganta diante das expressões de êxtase. Sua sobrevida se alimenta de anúncios dos eventos realçados. Um teor fantástico expressa rumores de imensidão. Seu ser extraordinário transborda numa perspectiva exaltada.  Nas entrelinhas do discurso bem ajustado essa lógica dos excessos busca emancipar-se. Um devir assim aprecia o refúgio numa dialética dos sobressaltos. Ao sujeito constituído nalguma forma de esteticidade, não é raro o olhar da tradição prescrever-lhe alguma tipologia, enquadrando-o como desajustado.   Ao surgir numa intensidade máxima contrapõe-se a rotina mediana. Seu dizer superlativo emancipa o cotidiano para engendrar sonhos, arremessar possibilidades. Os relatos dessa linguagem sugere um brilho incomparável ao seu autor. Desdobrando-se para além dos territórios conhecidos, modifica recriando o lugar_espaço_tempo

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