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O que aprender, torne seu *

Uma coisa é você escrever sobre o que leu e assimilou expondo com fórmulas e conceitos decorados – coisa muito comum aos que estudam Heidegger, como eu. Outra, é colocar por escrito o que foi lido e confrontado com as próprias experiências para que, comprovada sua validade, possa expor como aquilo que foi devidamente incorporado à vivência. Neste caso, mais do que entender o que o autor escreveu, você tornou aquele conhecimento integrado à sua própria experiência. Desse modo, aprender o conteúdo de determinado autor não nos torna devedores do mesmo a ponto de, em toda afirmação, ser necessário mencioná-lo. Se desde a infância nosso conhecimento é construído a partir de inúmeras experiências e do estudo de diversos autores, toda nossa expressão é uma derivação ou assimilação do que culturalmente nos foi deixado. Nem por isso devemos escrever e falar dizendo a todo o momento de onde aprendemos. A menção deveria ser feita em eventos específicos como, por exemplo, em t

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Se possuem alguma fórmula ela certamente não é explicativa, e o prefiro não continua sendo uma fórmula cabalística, assim como a do Homem do subsolo, que não pode impedir que 2 e 2 sejam igual a 4, mas que não se resigna a isso (prefere não 2 e 2 sejam igual a 4). O que conta para um grande romancista, Melville, Dostoievski, Kafka ou Musil, é que as coisas permaneçam enigmáticas e, contudo, não-arbitrárias: em suma, uma nova lógica, plenamente uma lógica, mas que não nos reconduza à razão e que capte a intimidade da vida e da morte" "Vemos claramente por que o real e o imaginário tinham de ser superados, ou mesmo intercambiar-se: um devir não é imaginário, assim como uma viagem não é real. E o devir que faz, do mínimo trajeto ou mesmo de uma imobilidade no mesmo lugar, uma viagem; e é o trajeto que faz do imaginário um devir. Os dois mapas, dos trajetos e dos afetos, remetem um ao outro" "(...) explorar os meios, por trajetos d

A natureza das diferenças*

A SuperTerra se revela Mostra-nos nosso verdadeiro tamanho coloca-nos diante a real pequenez Será que aprenderemos? Libertar do poder Compartilhar com amor Aceitar as diferenças Aceitar nossa natureza Ainda há tempo!  Saturno faz a faxina Convoca-nos ao trabalho sério Não dá mais para tantas Vaidades, orgulho, prepotência Ou abrimos a flor de lótus no peito Ou seremos devorados pela sombra É hora da ação determinada Do diálogo, do dar as mãos... É possível... Não é utopia, é o acender a luz Consciência! *Dr. Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Escritora. Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Já Platão havia reconhecido que a palavra humana possui um caráter de discurso, isto é, expressa a unidade de um pensamento através da integração de uma multiplicidade de palavras, e tinha desenvolvido, em forma dialética, essa estrutura do logos " "A dialética, como arte de conduzir uma conversação, é ao mesmo tempo a arte de olhar juntos na unidade de uma perspectiva isto é, a arte da formação de conceitos como elaboração da intenção comum" "(...) Nesse sentido a pessoa a que chamamos experimentada não é somente alguém que se fez o que é através das experiências, mas também alguém que está aberto a experiências" "(...) o homem experimentado é sempre o mais radicalmente não dogmático, que, precisamente por ter feito tantas experiências e aprendido graças a tanta experiência, está particularmente capacitado para voltar a fazer experiências e delas aprender" "Elogia-se, portanto, a compreensão de alguém, quan

O amor e a saudade*

Conduza-me pela mão Por um campo de centeio Para saciar a fome De todas as belezas. Me enxague as mãos Neste cristalino córrego De qualquer sentimento Que possa machucar. Escrever sobre a vida É amar duas vezes, Várias vezes. Outras tantas vezes É chamar a saudade Para bem junto de si. *José Mayer Filósofo. Poeta. Livreiro. Estudante na Casa da Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Para Platão o mito também encerra em si um determinado teor conceitual; pois ele é aquela única linguagem conceitual na qual se pode exprimir o mundo do vir-a-ser. Também não pode haver outra apresentação que não seja mítica daquilo que nunca é, mas sempre 'vem a ser', daquilo que não perdura identicamente determinado, como os produtos do conhecimento lógico e matemático, mas que de momento a momento aparece como outro" "O processo mitológico não tem a ver com objetos da natureza, mas com as puras potências criadoras, cujo produto originário é a própria consciência" "Todo começo do mito, especialmente toda concepção mágica de mundo, está impregnado dessa crença na essência objetiva e na força objetiva do signo. A magia da palavra, a magia da imagem e a magia da escrita formam o acervo fundamental da atividade mágica e da visão mágica de mundo" "(...) Mas a autêntica força mítico-mágica da linguagem só ve

Cabelos de Baudelaire*

Certas cores, cabelos que esvoaçam no tempo, mistura cheiros e sons, açafrão no tilintar do outono, Tinta que borda a pele, marca a alma, o frio se aproxima. Ilumina partes do corpo, o tom certo, é como a luz, Atravessa fendas, melodias espalham, clarão que dança, Como melodia na luz assombradas de pensamento. Dedico meu tempo a teus cabelos, a poética imortal, Mesmo que não crês no Nada, a cabeleira brilha, O tempo não apaga os versos, o tempo esquece o presente. Como o barco de Debussy, eleva a dor diante da música, Em perdidas matemática antes do sol do meio-dia, Fios voam mar dentro de luz, fonte da vida, os cabelos em direção à margem, Morre no horizonte o que oculta.   *Prof. Dr. Luis Antonio Paim Gomes Filósofo. Editor. Livre Pensador. Porto Alegre/RS

A palavra dialética*

A rigidez do raciocínio bem estruturado, nos relatos da palavra definida, abriga um dizer de natureza inconformada. Antítese da comunicação inicial, esse teor descompassado, ao ser contradição, prescreve novos rituais para comunicar. As propostas por desmerecê-lo reafirmam sua natureza de transgressão. Seu rumor de não palavra, ao ser dizível, aponta uma estética da desrazão.  Esses relatos interditos na expressividade buscam emancipar as fronteiras discursivas. Sua desconformidade inaugura espaços, oferece ambientes para novos experimentos narrativos. Ao quebrar protocolos emancipa aquilo por vir. A palavra dialética contém em si mesma: afirmação e negação. Um território com cheiro de terra nova se apresenta em cada página.  Na ruptura com aquilo que já foi novidade, se empenha em querer mais. Acolhe as dinâmicas da crise como um anúncio. Sua referência de inspiração são as autogenias precursoras. Ao dizer não a rigidez do discurso completo, bem acabado, sua alte

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