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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"A explicação médica unifica geralmente a alucinação e ignora seu caráter dialético, sua ação de superação" "A admiração é a forma primária e ardente do conhecimento, é um conhecimento que enaltece o seu objeto, que o valoriza. Um valor, no primeiro encontro, não se avalia: admira-se" "O negro alimenta toda cor profunda, é a morada íntima das cores. Assim o sonham os obstinados sonhadores" "E é aqui que se pode captar a diferença entre as dialéticas da razão que justapõe as contradições para abranger todo o campo do possível e as dialéticas da imaginação que quer apreender todo o real e encontra mais realidade naquilo que se oculta do que naquilo que se mostra" "A alquimia também entrega-se frequentemente a essa simples perspectiva dialética do interior e do exterior. Ela se propõe muitas vezes a 'revirar' as substâncias, como se revira uma luva. Se saber pôr para fora o que está dentro e para dentro o que está f

Um verso a beira do precipício*

Abri no peito uma trilha por onde passa a dádiva da dúvida conduzindo o passo que o erro lapida dilapidando perfeições que inexistem... Que sorte a minha, esses enganos cilindrando espiral ascendente, rumo a clareiras mais fartas em serenar, mesmo que sem garoa. O verso só baila a beira de precipícios! Fora do equívoco, não há vida e vícios de criar... A calma que desenha a estrada, é erguida a nervuras cuja dor oprime a inércia! Cambaleante a mão que nina o verso, só concebe a estrofe porque sente o amargor da morte do sonho... Ou contrariamente sonharia a esmo, pra sempre e sem mais arte. Gratidão é para os fortes! Força é para os vulneráveis! Fraqueza é erigir são equilíbrio sobre o chorume azedo da vida que para arfar notas em flor carece do lixo da nossa falência!!! *Jullie Vague Cientista social. Musicista. Poetisa. Roteirista e pesquisadora. Filósofa Clínica. Curitiba/PR

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) na proporção em que o matrimônio passou a ser considerado sagrado e indissolúvel, a psiquiatria involuntária foi considerada indispensável, uma verdadeira benção; e na medida em que a discórdia conjugal e o divórcio são considerados escandalosos, a doença mental e seu tratamento compulsório serão considerados científicos" "A loucura, conforme sugeri há algum tempo, é fabricada. num certo sentido, por alienistas. Em outras palavras, a psiquiatria produz a esquizofrenia ou, mais precisamente, os psiquiatras criam esquizofrênicos (...)" "(...) na medida em que é concedido aos psiquiatras o privilégio, em sociedades livres, de tratar pessoas adultas contra a vontade delas - um privilégio de que outros médicos e profissionais não gozam -, a psiquiatria tornar-se assimilada a jurisprudência e ao direito carcerário; em suma, torna-se uma disciplina para controlar os desviantes, não para curar doenças"  "A esquizofrenia é definida de m

Inspirar a existência*

Só um pedacinho de Deus, Nas pequenas coisas. Não preciso de muito. Viver me basta! Ser amiga da sabedoria Aquece meu coração. Para que? É a pergunta preferida. Para ver os cristais do luar. Viajar nas estrelas. Respirar e inspirar a existência. Para enlouquecer e simplesmente Ser! *Dra Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Escritora. Palestrante. Filósofa Clínica. Juiz de Fora/MG

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"É contra uma fala indefinida e incessante, sem começo nem fim, contra ela mas também com sua ajuda, que o autor se exprime" "O livro é sempre outro, muda e se transforma pelo confronto da diversidade de suas partes, evitando assim o movimento linear - o sentido único - da leitura. Além disso, o livro, se desdobrando e se redobrando, se dispersando e se unindo, mostra que não tem nenhuma realidade substancial: nunca está presente, não cessa de se desfazer enquanto se faz" "Que o livro mais incongruente, como o qualifica Georges Bataille em seu prefácio, seja finalmente o mais belo livro, e talvez o mais terno, isso é então totalmente escandaloso" "No centro de toda narrativa, há uma consciência subjetiva, um olhar livre e inesperado que faz surgirem os acontecimentos pela visão com a qual os capta" "(...) as culturas moribundas são muito aptas a produzir obras revolucionárias e talentos de futuro" "Qual é

Invisibilidade*

Ninguém sente, nem olha, a frente é que se pressente, A imagem distante fica de frente, o tempo que existe, A lente que perfura o coração exausto, batimentos da vida. O que nem todos percebem é que o tempo é um tanto diferente. Ele, sem as rédeas humanas, é o pêndulo dos poetas, Torna invisível tudo que ata, entre nós, a âncora estende a vida, Do barco, o mesmo fluxo dos trajetos, O desconhecido é que está atrás da sincronia do tempo. E ninguém olha mais por dentro, está tudo do lado de fora, Em frente, a imagem segue reunindo fome de signos, Milhões de gente, e nem tudo é vida. Às vezes mata por não aceitar o Outro. Ninguém diz mais que a verdade depende da vida, A vida é um coração frágil. Nem tudo é visível, o que se alimenta da razão que inventa, É o real que vira semente do imaginado.   Nem todo bem é o todo que é, parece ser diferente, Melhor é a invisibilidade sincronizada do Ser que se refugia no tempo. Nem toda noite é escura, nem todo d

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) o descontínuo é o estatuto fundamental de toda comunicação (...) O problema estético consiste simplesmente em saber como mobilizar esse descontínuo fatal, como lhe dar um sopro, um tempo, uma história" "(...) a literatura é pelo contrário a própria consciência do irreal da linguagem: a literatura mais 'verdadeira' é quela que se sabe a mais irreal, na medida em que ela se sabe essencialmente linguagem, é aquela procura de um estado intermediário entre as coisas e as palavras(...)" "(...) o estruturalismo é essencialmente uma atividade, isto é, a sucessão articulada de crto número de operações mentais (...)" "O objetivo de toda atividade estruturalista, seja ela reflexiva ou poética, é reconstituir um 'objeto', de modo a manifestar nessa reconstituição as regras de funcionamento desse objeto. A estrutura é pois, de fato, um simulacro do objeto, mas um simulacro dirigido, interessado, já que o objeto imitado faz a

Encontros e desencontros*

Nós somos todos linhas tortas porque nos encontramos. Nós somos quase todo feitos de encontros e de desencontros também; somos um conglomerado de fragmentos de você. Sim, nós somos linhas tortas porque linhas retas jamais se encontram mesmo sendo curvas infinitas. E certamente, escrever certo por linhas tortas parece cada vez mais ser o melhor caminho. Pois muito do que eu sou agora deve-se em grande medida as contribuições dos encontros e dos desencontros que compuseram e impactaram a minha vida tão somente porque a minha vida toda foi feita de histórias repletas de fatos que transcenderam e muito a lógica comum e cotidiana imposta pelos mais superficiais e céticos. A verdade é que quando se toma consciência de tudo que os encontros e os desencontros nos causaram fica difícil não nutrir paz e uma gratidão gigante e crescente por tudo que nos fora doado nessa jornada existencial sempre tão significativa, desafiadora e dignificante. Musa! *Prof. Dr. Pablo Mendes Filó

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"O mundo só é miserável para aqueles que nele projetam sua própria miséria" "É preciso saber resistir ao que é superficialmente claro, imediatamente compreensível porque totalmente racional" "(...) a sociedade, no que tem de estabelecida, não gosta que se lhe lembre que ao lado da via regia da razão, existe o mundo obscuro da paixão" "(...) cada coisa sempre é, mais ou menos, outra coisa em relação àquilo que parece ser, ou aquilo que se quer que ela seja" "(...) Porque estar inquieto ou em desequilíbrio não é, afinal de contas, o próprio de todo elã vital ?" "O paradoxo é a marca essencial desses momentos cruciais, nos quais o que está em estado nascente tem muita dificuldade para se afirmar diante dos valores estabelecidos" "(...) o não-pertencimento a um lugar é a própria condição de uma possível realização de si na plenitude do todo" "O andarilho, como o nome indica, serve de

A palavra mágica*

“Vive a tua hora como se gravasses o teu nome na epiderme de um tronco novo. Mas não voltes mais tarde para junto dessa árvore, porque podes não reconhecer o teu nome nas cicatrizes das velhas letras.”                                 Felippe D’Oliveira Sua tez de singularidade maldita refere uma simbologia em viés de encantamento. Na veemência discursiva compartilha uma fatia generosa de paraíso. O sagrado_profano esboça uma íntima convivência com a reciprocidade. Os significados apreciam aliar-se aos papéis existenciais de travessia. Assim o feitiço da palavra como medicamento aprecia as estruturas mutantes envolvidas na interseção.   Ao sugerir a cidade das maravilhas, é possível um novo entendimento e relação com o universo interior. Sua fonte de inspiração, muitas vezes, se faz menção em dialetos de esquiva. A magia, um pouco antes de ser representação traduzível, aprecia transbordar nalguma forma de excesso. Uma fenomenologia em aromas de dama da noite aponta o

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) a relação entre as coisas e meu corpo é decididamente singular: é ela a responsável de que, às vezes, eu permaneça na aparência, e outras, atinja as próprias coisas; ela produz o zumbir das aparências, é ainda ela quem o emudece e me lança em pleno mundo" "A Filosofia não é ciência, porque a ciência acredita poder sobrevoar seu objeto, tendo por adquirida a correlação do saber e do ser, ao passo que a Filosofia é o conjunto das questões onde aquele que questiona é, ele próprio, posto em causa pela questão" "(...) este mundo que não sou eu, e ao qual me apego tão intensamente como a mim mesmo, não passa, em certo sentido, do prolongamento de meu corpo; tenho razões para dizer que eu sou o mundo" "Aparentemente, essa maneira de introduzir o outro como incógnita é a única que considera sua alteridade e a explica" "A filosofia não propõe questões e não traz as respostas que preencheriam paulatinamente as lacunas. As q

O coração e a poesia*

Claro Poesia vadia Você saiu ilesa Não caiu na cilada Nem na tocaia Que o amor Preparava... Ah, claro Poesia vadia Você apenas brincava Com as letrinhas Com as palavrinhas Tardia, poesia vadia Da letra tão fria Que em mim ardia Mas você sabia E a tudo permitia. Claro Companheira amada Poesia vadia Minh'alma gêmea Sem alma Você sabia Muito bem Que o coração É que era meu.... *José Mayer Filósofo. Livreiro. Poeta. Filósofo Clínico. Porto Alegre/RS

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