A física, a química, a biologia
etc. lidam com o que podemos chamar de substâncias materiais. Mas, a mente
humana também pode pensar em substâncias espirituais e/ou abstratos. Um
cientista ateu pode dizer que Deus é mera imaginação.
Em sua obra “O mito de Sísifo”,
Albert Camus, ao nos lembrar de que dificilmente se morre por uma verdade
científica, nos sugere que algumas convicções ou crenças (em imaginações?),
como a dos primeiros cristãos, os levaram a irem sorrindo para a condenação à
morte pelo império romano. Não me parece sábio ignorar aquilo pelo qual alguém
dá a vida, como se fosse mera bobagem da imaginação.
Portanto, ainda que seja
"apenas" uma convicção, há aspectos da vida humana possivelmente mais
determinantes do que sua "vida material" e, por isso, já seria
relevante ser tratado pela filosofia, esta detentora milenar das reflexões e
inquietações humanas de ontem, de hoje e, possivelmente, de amanhã.
*Prof. Dr. Miguel Angelo Caruzo
Filósofo. Escritor. Filósofo
Clínico. Em 2019, por deliberação do Conselho da Casa da Filosofia Clínica, recebeu
a titulação de “Doutor Honoris Causa”, por seus relevantes serviços
prestados ao novo paradigma.
Teresópolis/RJ
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