"É possível creditar-lhe a inspiração da vida ao seu redor, embora também ela seja refém de origens desconhecidas. Sendo uma versão sempre outra, se institui transgressora aos frascos que tentam lhe aprisionar, assim apodrece para se reinventar e voltar como água nova."
Hélio Strassburger
Como pode alguém rotular gente,
singular e particular em suas experiências de vida?
Momentos de observações
vividas, no Hospital Psiquiátrico em Porto alegre, com os partilhantes e o
filosofo clínico, são de uma experiência que, em termos de aprendizado e
reflexão sobre o ser, nos fazem refletir.
A particularidade do
mundo criado por cada partilhante, onde a verdade é de quem a cria.
Quantas realidades em
apenas um só ser. A capacidade de transformação.
Alguns deixam transparecer
suas principais Estruturas de pensamento no momento, já outros, pela sua
linguagem, assustados com a dor que permanece em um mundo interior, tão
particular, onde a liberdade de ser e viver para encontrar-se, ainda estão
obscuros em busca de si, não nos permitindo ver claramente.
No mesmo teor, um novo
olhar. O mágico momento da alma de apresentar-se ao seu ser.
Momentos tão singulares
de almas presas a um corpo. Segundos, minutos de interseções, que se fazem de
maneira tão singular, para um despir de alma, que ao mesmo tempo se veste de
uma maneira tão frágil e restauradora.
O mergulhar de minha
observação, durante esse mágico instante, sob o filósofo que se desprende de
sua própria realidade para entrar no mundo do outro e dele extrair a gritante
singularidade, respeitando sua realidade intrínseca e retornar novamente para
que haja uma interseção e um olhar apenas para a historicidade apresentada no
momento.
Filosofo clínico,
adaptando-se a cada partilhante, uma transformação singular e harmoniosa de
respeito ao outro. Em cada um, o mais íntimo e particular momento de doação ao
outro, para uma ajuda mútua do encontro de si mesmo.
O retorno dos
partilhantes demonstrando, autogenia e agradecimento, por terem sido
respeitados em sua singularidade, com quem compartilhou o que se passa na alma.
O respeito, a interseção,
o compartilhamento da vida, o mundo existencial do outro, sem deixar de ser ele
mesmo é um exercício que estou aprendendo no dia a dia com Gente ajudando Gente.
*Jane Difini Kopzinski
Fisioterapeuta,
Quiropraxista, Filósofa Clínica
Porto Alegre/RS
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