O meu filho me perguntou qual é o objetivo da vida.
Levei uns minutos para
lhe responder. Essa pergunta é tremendamente séria.
Finalmente, disse ao meu
filho que o objetivo da vida é descobrir o que melhor fazemos aqui no mundo, e
fazer isso cada vez melhor.
* * *
Isto é: ao descobrirmos
as nossas potências, podemos agir para realizá-las. Assim, fazendo o que
fazemos melhor, podemos ocupar o nosso lugar na ordem da existência - o que nos
harmoniza com o Cosmos e nos conduz pela estrada da eudaimonia.
* * *
O critério dos ganhos
financeiros não pode ser a medida do sucesso de ninguém. Afinal, todos
conhecemos pessoas milionárias que levam uma vida miserável - e pessoas de vida
simples, mas feliz. Sucesso não é o mesmo que dinheiro: é bem outra coisa.
Somente posso julgar o
sucesso de uma pessoa a partir do critério da auto-realização - isto é: a
pessoa bem-sucedida é aquela que encontra a realização da sua existência no
trabalho que se propõe a fazer, seja intelectual, artístico, técnico ou
prático; é aquela que exerce as atividades para as quais tem talento e vocação,
e ama o que faz.
* * *
Entendo que um dos papéis
mais importantes dos pais seja o de descobrir as aptidões dos seus filhos.
Assim, os pais podem incentivá-los, de diferentes maneiras, nos caminhos
possíveis da sua auto-realização. E a auto-realização é um caminho que precisa
partir de dentro: é um caminho diferente para cada pessoa.
É por isso que não nos
importamos com o diploma que um dia o João vai obter, se é que vai querer obter
diploma.
Para nós, o que importa é
que ele faça algo que lhe dê realização e sustento. Seja como músico, como
médico ou como jardineiro.
* * *
Viemos do pó e ao pó retornaremos. A vida é o que fazemos no breve instante entre a poeira e a poeira.
*Prof. Dr. Gustavo
Bertoche
Filósofo. Escritor.
Musicista. Professor. Tradutor. Filósofo Clínico.
Teresópolis/RJ
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