“nadar se tornara uma espécie de fuga.”
F. Scott (1929)
O amor é promessa. Perene é a válvula poética, é adentrar às palavras no vagar dos sentidos ao imaginário. Amar as águas que te salvam do tédio é a existência em sua finitude. Flexão do corpo na curvatura dos braços, o movimento cadenciado, pernas no ritmo do esquecimento, a perenidade da vida, um navegar longe.
É o afastar-se das luzes da
cidade sumida. O fantasma de um lugar, é ir perder no horizonte dos encontros,
do abandono fortuito. A terra firme transparente em beleza, uma mulher deixada
no continente. O mar aberto traga os sonhos. A devoção do corpo levado nas
escadarias da igreja dos deuses no consolo das águas, os esquecidos que afogam
suas mazelas da vida hão se ser esquecidos para toda eternidade.
O esquecimento do ódio, a negação
da violência é a fuga do mal nas águas a levar o corpo de um homem que nadou a
vida inteira. Morto nos sonhos.
Enfim, o outro lado, salvo do
egoísmo das relações e restos de mágoas. A velhice nos corais da pele. O amor
tem propriedades naturais da vida marinha, calcificado na parede da alma,
resplandece na voz de Amy. A roupa do tempo em sua profundeza em águas rasas. O
acalento da alma, e mesmo longe da terra, ter a plenitude vital do corpo
solitário com o olhar dos seres imaginários é instante proibido das paixões.
A lembrança do Outro, querer
salvar a vida em águas turbulentas, flutua com as nuvens, e a dor se confunde a
tua pele, teu cabelo raspado pela dor da vida rasga a dor do tempo na caneca de
café.
Um hino inútil, instalação,
olhares distantes, teus beijos rasgando os dias. Encontro dos amantes. Eu
reunindo folhas, o tempo pressupostos. Um ano nas tuas custas existenciais.
MORDI A ISCA!
Minha última braceada morre no
fascismo.
Eles não passarão!
*Prof. Dr. Luis Antonio Paim Gomes
Filósofo. Poeta. Escritor. Editor. Livre Pensador.
Porto Alegre/RS
Comentários
Postar um comentário