Querido leitor, que você esteja bem.
Hipócrates, filósofo grego, foi
membro de uma família que, durante várias gerações, praticara a ciência da
saúde, por isso é considerado o pai da medicina moderna. Inclusive, é atribuída
a ele a frase “que seu remédio seja o seu alimento e que seu alimento seja seu
remédio”.
Quando falamos em remédio, você
que lê este artigo, provavelmente deve ter lembrado daqueles que compramos nas
farmácias. Mas remédio não é só isso. Algumas pessoas, ao passar na casa da mãe
e sentem aquele cheirinho de bolacha, de pão que vem do forno a lenha, este
cheiro pode ser um saudoso remédio. Já para outras, o simples fato de ouvirem
uma música que tem a ver com sua historicidade, pode estar se remediando. Sim!
Se estas músicas entram em seus corações acalmando, então se transformou num
remédio.
Tem um conhecido meu que sente
aquele cheiro adocicado do estrume de gado e logo faz um deslocamento à gostosa
infância rural, hoje vivenciada na selva de pedra. Aquele cheiro, segundo ele,
o leva a um lugar que ele gosta muito.
Ir à praia, para algumas pessoas,
é uma espécie de remédio. Para outras, pode ser fazer uma viagem, degustar um
tinto com um amigo querido, abraçar a companheira, tomar um café com filho na
cafeteria da praça numa manhã de sábado. Remédio pode ser visitar o neto, a
filha, o filho, ir pescar, caminhar no mato, jogar tênis, futebol. Há tantos
remédios em nossa história de vida quanto nas farmácias, às vezes, o que
aconteceu é que nos esquecemos de tomá-los em doses homeopáticas. Falei isso a
um amigo e ele concluiu: Então cada um de nós podemos ser nossos próprios
médicos! O que você acha?
Médico é quem deveria fazer a
mediação, ou medicação, entre o ser “do-ente” e o ser saudável. Embora existam
também as pessoas que são doentes por remédios e até aqueles que se auto
remediam. Médico é aquela pessoa que nas culturas eram conhecidos por magos,
xamãs, bruxos, curandeiros, benzedores, enfim, eram pessoas que buscavam, cada
um do seu jeito, trazer as pessoas para o caminho do meio.
Uma curiosidade. Homem santo,
mulher santa, não significa outra coisa senão um homem são, uma mulher sã,
pessoas saudáveis. Estes seres humanos santos são entes livres de mazelas,
sejam elas físicas, psíquicas ou espirituais.
Outra curiosidade. Em inglês a
palavra doença é "disease", onde o prefixo "dis" representa
a negação e "ease" vem da palavra "easy", que é traduzida
como fácil. Assim, disease passa a ideia de que não está fácil ou não está na
normalidade, necessitando então, trazer os pacientes para o caminho do meio.
Que tenhamos sabedoria e
conhecimento para viver uma vida mais fácil trilhada no caminho do meio.
Lembrando que isso é assim para
mim hoje.
*Beto Colombo
Empresário, administrador,
escritor, filósofo, filósofo clínico, coordenador da pós-graduação em filosofia
clínica na UNESC (Universidade do Extremo Sul Catarinense). Em 2019, por
indicação do conselho e direção da Casa da Filosofia Clínica, recebeu o título
de “Doutor Honoris Causa”. Autor da obra: "Todo caminho é sagrado". Ed. Gente. SP. 2021. Dentre outras.
Criciúma/SC
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