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Mudando perspectivas* Passamos do geocentrismo para o heliocentrismo, do teocentrismo para o antropocentrismo. A Terra não é o centro do universo, o homem é a medida de todas as coisas. O sol é o centro do nosso sistema planetário, mas está longe de ser o centro de nossa galáxia, a Via Láctea. O sol nem é mais a estrela de quinta grandeza entre as conhecidas. Agora é muito menor. A Via Láctea é um imenso sistema com planetas e estrelas dentre inúmeras galáxias. Até o fim da Idade Média, tudo girava em torno da Terra. O homem media sua importância por aquilo que a divindade lhe concedia, pela revelação, em algumas culturas. O homem era altamente valorizado, por exemplo, pelo Deus judaico-cristão. Os cristãos ainda tiveram um Deus que se fez homem para elevar os homens à dignidade de seu convívio na eternidade. Mais do que isso, o Reino de Deus já acontecia no tempo, no qual todas as coisas tendem a ser corruptíveis, frágeis, falhas, limitadas, e os homens, pecadores. A era
Substrato* Quero dia a dia mais leveza meu mundo mais suave que minhas armas obsoletem. Fazer um ninho de livros amortecido por paginas rasgadas de linhas que ninguém deve ler. Quero exercer todas as minhas competências Acima de tudo, superar limites e estar sempre em mim . Podendo visitar o outro nele mesmo, sem tornar-me refém de projeções. Quero a liberdade do saber. Eis aqui um substrato do meu mundo como vontade de poder. *Alba Regina Bonotto Psicóloga, Filósofa Clínica Curitiba/PR
Pretéritos* Nada é como antes porque tudo se faz novo a cada instante de um tempo sem nome nascido de saudades de outonos com cores de primavera a dor que chega na alma parte sem despedir-se nada é como no futuro de uma passado sempre sonhado de novas estações sem cor e com amor no tempo que me cabe o tempo que não conheço no que sou ainda o que serei nada é como no passado onde o presente nunca foi futuro e nas despedidas de hoje a espera do amanhã da noite que se foi e do dia que ainda vai chegar *Pe. Flávio Sobreiro Poeta, Filósofo Clínico Cambuí/MG
Poéticas do indizível* “(...) Graças às sombras, a região intermediária que separa o homem e o mundo é uma região plena, de uma plenitude de densidade ligeira. Essa região intermediária amortece a dialética do ser e do não-ser.” Gaston Bachelard Uma crença muito antiga aprecia atualizar-se nesse enigmático hoje que um dia foi amanhã. Poderia ser o pretérito imperfeito de uma busca ou aquele quase nada onde tudo acontece. Atualização de um dialeto nem sempre dizível, se alimenta nas fontes inenarráveis, nos paradoxos, nas desleituras criativas. Seu visar inédito sugere desvãos ao mundo que se queria definitivo. Costuma ser abrigo do acaso na versão do avesso das coisas. Ao referir o encantamento das pequenas devoções, parece ter a vocação de traduzir esse texto interminável, por onde a vida escoa seus segredos. Realiza um esboço sobre as tentativas de decifrar por inteiro um mundo que é mistério por natureza. A característic
Leituras de Filosofia Clínica IV* Tive o grande prazer de ler a obra do prof. Dr. José Maurício de Carvalho (UFSJ) intitulada Filosofia Clínica, estudos de fundamentação. Trata-se de um vasto trabalho de conclusão de sua especialização em Filosofia Clínica. Após ler o livro que, além dos capítulos, apresenta várias resenhas de grande qualidade em anexo, seria uma vergonhosa pretensão me propor a fazer uma resenha dessa obra. Portanto, intento expor em poucas linhas uma impressão acerca de tão valorosa obra. Carvalho apresenta seu livro em cinco capítulos e no fim acrescenta um apêndice com resenhas de nove obras de outros autores sobre Filosofia Clínica. No primeiro, nos trás a Filosofia Clínica em seus aspectos gerais, incluindo a exposição de cada tópico da Estrutura de Pensamento e todos os Submodos – os Exames Categoriais, como fundamentais para que o conteúdo seja totalmente contemplado, foram evidentemente apresentados. No segundo capítulo, trata da tese central de todo
O Melhor Beijo do Mundo* A conversa corria solta no botequim quando meu amigo contou de um tio muito experiente em baladas noturnas e especialista em beijos. Havia lhe ensinado o melhor beijo do mundo e agora também ele desfrutava deste segredo e prazer com as mulheres. “Como beijar” não é o tipo de conversa que homens costumam ter enquanto bebem, e por conta disto, o assunto não progrediu. O fato de uma conversa ter sido interrompida não significa que o recado não foi dado. O assunto foi trocado, mas a curiosidade permaneceu agendada em meu cérebro. Como seria o tal beijo? Demorado, olhos fechados, molhado, mordido, línguas em labirinto, ininterrupto? Estilo Hollywood? Roubado, decidido, precedido de uma conversa, um carinho, um olhar? As opções eram tantas que me desestimularam a ir adiante. Achei que classificar um beijo como o melhor do mundo não era algo sério e registrei apenas as variantes catalogadas. O destino queria que o assunto fosse adiante e criou a oportunidad
Tem certas coisas que a gente não esquece* Estive recentemente em Paraty e conheci um artista plástico que faz pinturas em lonas de caminhão reciclado. Quando entrei em seu ateliê me deparei com um quadro que não me sai da cabeça. Era uma pintura belíssima de uma mulher com uma rosa vermelha sobre seu vestido. A sensação é que a rosa está flutuando por cima da tela. Eu adoro rosas vermelhas e senti que esse quadro fazia parte de uma parte de minha alma que nem mesmo o artista poderia saber. Então, pensei nas coincidências da vida e nos encontros 'sem querer'.. Será que realmente são 'sem querer'? Hoje estou inclinada a acreditar mais no que defendia Jung, grande pensador, discípulo de Freud: são sincronicidades. Se eu tivesse questionado isso ontem diria que sim, são 'sem querer', mas hoje aconteceram tantas coisas comigo que venho me questionando! Pareciam respostas dadas por uma força maior e, de repente, tudo fez sentido e compreendi o meu mundo. Qu
O que pode ser* Nas expressões das verdades interiores (de cada ser pensante) que nos atropelam por aí, quantas vezes não nos pegamos pensando sobre a vontade que dá de, inadvertidamente, dizer também o que pensamos ou sentimos ou as duas coisas, a partir de nossas próprias perspectivas, sobre elas. Diante de tais situações que vão despencando, aqui e ali, pode ser que baste um olhar mais atento a nossa volta para entender que verdades são incontestáveis, uma vez que cada um tem a sua – e certamente a receita jamais se repete – a forma provavelmente é lançada na fogueira a cada criação, e os desígnios são apenas as assimilações de como a vida um dia se projetou para cada um, pautada tão somente em textos e contextos para lá de subjetivos. Porque, afinal, origens e fins acontecem todos os dias! Só podemos então falar por nós mesmos... e ainda assim esta fala já não será mais a mesma coisa infinitésimos de segundos depois. Até a imagem que selecionamos e captamos já não é a mesma

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