Pular para o conteúdo principal

Postagens

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Por mais terríveis que sejam as ortodoxias religiosas, as ortodoxias científicas são muito mais terríveis" "Não há futuro; o verdadeiro futuro é hoje; que é de nós hoje, é esta a única questão" "Para cada alma há uma ideia que lhe corresponde e que é como a sua fórmula; e andam as almas e as ideias procurando-se umas às outras" "É inútil querer discutir e tirar de alguém as suas ideias; as pessoas não querem deixar-se convencer; o melhor é deixá-las" "Tenta viver em contínua vertigem apaixonada; só os apaixonados levam a cabo obras verdadeiramente duradouras e fecundas" "Todos têm o seu método tal como todos têm a sua loucura; mas só consideramos sensato aquele cuja loucura coincide com a da maioria" "Ler, ler, ler, viver a vida que outros sonharam" "Ler muito é um dos caminhos para a originalidade; uma pessoa é tão mais original e peculiar quanto mais conhecer o que disseram o

O universo e a poesia*

Juntos somos muito mais poderosos e mais poder ainda descobrimos quando escolhemos encantar em vez de tolher, cuidar em vez de ferir. Lembra? Nós sempre fomos incansáveis! Seguimos rastros deixados por outros maiores do que nós e o que encontramos foi poesia. Perseguimos sonhos e também os nossos sonhos e o que encontramos foi poesia. Focamos em metas, em produtividade e nos lançamos na direção delas e tudo que encontramos de mais salutar foi poesia. E quanto mais poesia, mais vivo nos sentíamos porque a vida é sempre mais plena na arte. Perdemos as contas de quantas razões nós tínhamos para sorrir juntos. E até nos momentos de aridez durante algumas fases das nossas jornadas na vida havia poesia e foi ela que matou a nossa sede e nos ajudou a compreender o que acontecia e por onde prosseguir para superar os desafios devidos. Descobrimos juntos que a poesia estava sempre aqui e agora, em qualquer lugar e em todo lugar de dentro e de fora de nós porque ela mesmo sem quere

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Dom Juan havia-me repetido que os guerreiros vivem com a morte ao lado, e do conhecimento de que a morte está com eles retiram a coragem para enfrentar qualquer coisa. Ele dissera que o pior que nos pode acontecer é termos que morrer, e já que esse de qualquer modo é nosso destino inalterável, somos livres; aqueles que perderam tudo, nada mais têm a perder"  "Eu lhe expliquei que os novos videntes pretendem ser livres. E a liberdade tem as implicações mais devastadoras. Entre elas, está a implicação de que os guerreiros devem procurar deliberadamente a mudança. Já a sua predileção é viver da maneira como vive. Você estimula sua razão, percorrendo seu inventário e comparando-o com os inventários de seus amigos. Essas manobras deixam-lhe muito pouco tempo para examinar a si mesmo e a seu destino. Terá de abandonar tudo isso. Da mesma maneira, se tudo o que conhecesse fosse a calma mortal dessa cidade, você teria que procurar, mais cedo ou mais tarde, o outro lado

Descalça da vida*

Quantos frevos de distancia soterram o sonho perdido? Quanta palavra implodida no baque fermentado da folia? Já era dia e eu descalça da vida! Justo como não queria... Era noite e eu sonhava acordada o pesadelo infame da alegria. Quanto Brasil agora no sangue nórdico do silêncio! No tamborim um fado no leito um lado vazio e um blusão hibernal que perdeu o cheiro lembra que não ha batucada para um coração em frangalhos!!! *Juliana Brasil Musicista. Poetisa. Taróloga. Especialista em Filosofia Clínica.  Curitiba/PR

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"As horas passadas diante do espelho faziam-no tocar o fundo do desespero; felizmente havia um espelho que o levava até as estrelas. Esse espelho sublime eram os seus versos" "(...) encontrara uma sociedade de gente onde não era apenas o filho de sua mãe ou um aluno de sua classe, mas onde era ele mesmo. E pensou que alguém só é ele mesmo a partir do momento em que o é entre os outros" "A poesia é um território onde toda afirmação torna-se verdade" "'Delirem comigo!' exclama Vitezslav Nezval dirigindo-se ao seu leitor, e Baudelaire: 'É preciso estar sempre ébrio... de vinho, de poesia ou de virtude, a seu bel-prazer...' O lirismo é uma embriaguez e o homem se inebria para confundir-se mais facilmente com o mundo. A revolução não quer ser estudada e observada, ela quer que façamos corpo com ela; é neste sentido que ela é lírica e que o lirismo lhe é necessário" "Ele a olhou e pensou que era bonita e que se

Os estudos e a meditação*

A meditação nos estudos, ensinada pelos medievais, consiste em refletir sobre o sentido do conteúdo adquirido com a leitura ou exposição dos mestres. Nessa meditação, o aprendiz compara o novo conteúdo com os já adquiridos, amplia sua percepção da realidade e busca aplicar seus princípios à conduta de vida. Sem tempo para a meditação, o conteúdo tende a ser esquecido. Tem gente que se gaba de ter lido uma quantidade colossal de livros em cinco anos que grandes pensadores, como Agostinho, não devem ter lido em toda sua vida. No entanto, a qualidade das reflexões do Bispo de Hipona o levou a produzir uma quantidade admirável de textos com uma qualidade inquestionável, enquanto os ávidos leitores de nosso tempo sequer têm demonstrado uma compreensão satisfatória do que leram. Já tive pressa de ler. Queria ter uma grande lista de obras lidas. Hoje continuo querendo ler muitos livros e tenho uma lista infindável de obras que desejo ler. Mas, tenho preferido a qualidade

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Este é um livro silencioso. E fala, fala baixo. Este é um livro fresco - recém saído do nada" "(...) Ângela não sabe que é personagem. Aliás, eu também talvez seja o personagem de mim mesmo. (...) Quanto a mim, sinto de vez em quando que sou o personagem de alguém" "(...) a poeira é filha das coisas" "Sou a contemporânea de amanhã. (...) Eu não sou uma sonhadora. Só devaneio para alcançar a realidade" "Sou como estrangeiro em qualquer parte do mundo. Eu sou do nunca" "Refugio-me nas rosas, nas palavras" "Escrever é difícil porque toca nas raias do impossível" "E se eu falar, que eu me permita ser descontínuo: não tenho compromisso comigo. Eu vou me acumulando, me acumulando, me acumulando - até que não caibo em mim e estouro em palavras" "Quero me reinaugurar. E para isso tenho que abdicar de toda a minha obra e começar humildemente, sem endeusamento, de um começo

Livros Nadam*

“Não beberemos lá da água da vida. Não ficaremos curados. Não veremos sinais. Lá simplesmente teremos sido.” Peter Handke Um livro tem que ter textura, folhas que cativam, páginas a iludir, tempo de esquecer e lembrar. O livro é o descanso da vida, a evocação do desconhecido, fonte suficiente para as ideias. Espaço da linguagem e da dança, as letras deslizando no pensar: o livro é o mundo, um novo alimento ao Ser. De todo o sentimento, o sentir é o caminho ao nada: estar sob o domínio da palavra, a cobertura da vida, um bolo cheio de ideias para se comer. Da escrita nasce o poema, a dor morre junto, no haver, a língua, a dobra do querer, o fim do livro é o convite para o não esquecer. A memória está salva, a nossa língua aprende nos livros, na linguagem que desfaz a solidão, o translucidar do conteúdo em forma. Tudo é claro e oculto, o tempo se fixa no ilimitado, tem de existir, depois poder morrer nas páginas. E

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Enfatizemos que cada um desses componentes do eu, uma vez aparecendo, continua a existir paralelamente aos outros e é suscetível de subir à superfície, ao primeiro plano da subjetividade, de acordo com as circunstâncias" "(...) uma política de uma ética da singularidade, em ruptura com os consensos, os 'lenitivos' infantis destilados pela subjetividade dominante (...)" "A caosmose não oscila, então, mecanicamente entre zero e o infinito, entre o ser e o nada, a ordem e a desordem: ela ressurge e germina nos estados de coisas, nos corpos, nos focos autopoiéticos que utiliza a título de suporte de desterritorialização. Trata-se aqui de um infinito de entidades virtuais infinitamente rico de possível, infinitamente enriquecível a partir de processo criadores" "O limiar decisivo de constituição desse novo paradigma estético reside na aptidão desses processos de criação para se auto-afirmar como fonte existencial, como máquina aut

Poéticas da irrealidade*

                                                                                                     Os eventos do cotidiano ensaiam um convite - muitas vezes incompreendido - para desatar os nós das miragens. São pretextos aos rascunhos da inspiração singular. Ao inspecionar as vizinhanças do mundo conhecido, essas lonjuras de aspecto intocável, se insinuam na reapresentação das horas. Sua busca, ao ser algo por vir, cogita sobre as terras de ninguém. Uma cogitação qualquer, pode introduzir a especulação sobre a natureza dessas outras verdades, inicialmente descartadas pelo discurso consagrado. O roteiro por onde esses ensaios acontecem possuem um território de excelência. Assim os devaneios com as ruas de Paris, Lisboa, Moscou ou Porto Alegre, podem significar a nascente obtusa para algo inesperado.     As poéticas da irrealidade cuidam das margens do que se sabe. Sua mensagem de caráter flutuante sugere uma fenomenologia das errâncias. Esse além de si mesmo, que exi

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) uma oportunidade de transformar o exílio em trunfo, de lhe conferir valor criativo. Pois ele pode ser fecundo, não apenas porque obriga a pessoa a recriar o solo que foi perdido, de uma maneira ou de outra, mas também porque coloca em relação culturas diferentes (...)" "Como diz Le Clézio, os grandes inovadores da humanidade foram nômades, que se alimentavam 'da relação e que, a cada vez, transgrediam as regras da territorialidade'" "(...) em certo sentido, todos nós somos exilados, pois nos é preciso, ao longo de toda a vida, levantar âncoras, deixar portos aos quais estamos apegados para chegar em ouros (...)" "A menos que esteja congelada, enrijecida, destinada a uma repetição perpétua, a vida é movimento, deslocamento - sobretudo na época contemporânea, na qual a aceleração das mudanças colocam diante de nossos olhos um mundo constantemente remodelado, que obriga a redefinir, sem cessar, o lugar que nele ocupamos, o

O amor e a eternidade*

Balança a vida Ao doce vento Da brisa tão suave Alegre-se nas idas e vindas Pois o teu primeiro amor Ainda está por acontecer Pois na vida não há Nem um primeiro amor Menos ainda um último Balança e imagina Pois na vida não há Um amor que seja maior Nem outro que seja menor Senão que cada amor É sempre um primeiro É sempre o mais atual... *José Mayer Filósofo. Livreiro. Poeta. Especialista em Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Visitas