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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"Este é um livro silencioso. E fala, fala baixo. Este é um livro fresco - recém saído do nada"

"(...) Ângela não sabe que é personagem. Aliás, eu também talvez seja o personagem de mim mesmo. (...) Quanto a mim, sinto de vez em quando que sou o personagem de alguém"

"(...) a poeira é filha das coisas"

"Sou a contemporânea de amanhã. (...) Eu não sou uma sonhadora. Só devaneio para alcançar a realidade"

"Sou como estrangeiro em qualquer parte do mundo. Eu sou do nunca"

"Refugio-me nas rosas, nas palavras"

"Escrever é difícil porque toca nas raias do impossível"

"E se eu falar, que eu me permita ser descontínuo: não tenho compromisso comigo. Eu vou me acumulando, me acumulando, me acumulando - até que não caibo em mim e estouro em palavras"

"Quero me reinaugurar. E para isso tenho que abdicar de toda a minha obra e começar humildemente, sem endeusamento, de um começo em que não haja resquícios de qualquer hábito, cacoetes ou habilidades"

"Eu, alquimista de mim mesmo. Sou um homem que se devora ? Não, é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus"

*Clarice Lispector in "Um sopro de vida". Ed. Rocco. RJ. 1999.  

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