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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"(...) Basta eu ser como sou e não querer nem poder modificar-me, indolente, rebelde e dado a coisas nas quais ninguém mais pensa"

"Não raras vezes também pensava: 'Por que sou tão esquisito, em conflito com tudo, em desavença com os professores, e estranho entre os outros meninos ? Olhe os alunos, os bons e os de sólida mediocridade'"

"Ele seguia o caminho que devia seguir, um pouco negligente e sem ritmo, assobiando, com a cabeça inclinada para o lado, olhando para a distância, e, quando errava o caminho, isto acontecia porque para alguns seres não existem caminhos certos"

"(...) Quando lhe perguntavam o que pensava ser, dava informações contraditórias, pois que costumava dizer que trazia em si possibilidades para mil existências" 

"A literatura não é profissão alguma, e sim uma maldição (...) Quando é que começa a se fazer sentir esta maldição ? Cedo, terrivelmente cedo (...) Você começa a se sentir marcada, num contraste misterioso para com os outros, os comuns, os cordeiros; o abismo da ironia, da descrença da oposição, da cognição, do sentimento, que a separa dos homens, torna-se mais e mais profundo, está isolada e daí em diante não há mais entendimento"

"(...) encontrava-se numa dessas disposições extraordinárias e festivas, nas quais as barreiras entre os homens caem, nas quais o coração também se abre para estranhos e a boca diz coisas que em outra ocasião, envergonhada, guardaria para si (...)" 

"Poder-se-ia, com alguma audácia, chegar à conclusão de que é preciso ter estado em alguma prisão para se tornar poeta"

*Thomas Mann in "Tonio Kroeger". Ed. Abril. SP. 1971.

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