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Bom dia! Vai acontecer! Próxima sexta! Bem vindos!!

 

Comentário ao livro: “Poéticas da Singularidade”. Editora E-Papers/RJ. 2007.*

“Nem sabia se era começo ou fim. Poderia ser tudo ou nada.”  Helio Strassburger                                                      A impressão durante quase toda a leitura é de estar diante de uma poesia. Não há, absolutamente, nenhuma indução neste sentido, pelo título; é que ela está presente em sua fala, tanto quanto na singularidade. O ritmo é o da poesia que provoca, que não quer esclarecer, mas dar uma chance aos mais epistemológicos de se deliciar. Hélio força o leitor a fazer certo ajuste para entrar no mundo da especulação e acredito que este seja pelo menos uma de suas características. A ausência de pronomes definidos e a sensação de que estamos a todo o momento sendo levados a um caminho de sugestões – como um convite a um passeio pela complexidade das palavras – expressam bem esse sentimento. Não há obviedade na leitura, mas e daí... também não há nenhuma no ser humano (pré-juízos meus!). Ela acontece de uma maneira curiosa, que impele a uma reflexão quase artísti

Entre Ser e Ter*

Longa jornada até aqui… Onde o Ser apenas É   Percepcionar Compreender Render Entregar-se ao Nada Vazio Pleno de Tudo   Existir no mundo Buscas finitas Escravidão Ter ilusório Vaidades e orgulhos Competição e Poder Num ter que sem fim   No meio do furacão Um observatório sereno Oceânico e divino   Existir entre pássaros Entre Terra e Céu Percepcionando Sem controlar É treino sábio   Tudo se aprende Até que sob a montanha Nada mais é preciso Ser É e basta! *Dra. Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Escritora. Filósofa Clínica. Artista plástica. Juiz de Fora/MG

Manhãs do adeus*

  “O mundo que caminha em mim é um mundo além do alcance” Paul Auster    O teu dia, o dia de todos, ao menos esse dia, O que o frio congelou dos sentimentos, Através de um vento que não adia, Regra a dor em forma de céu sem consentimentos.   E a névoa que desfaz um outono que afunda o vidro, Espelha os dedos na janela, o corpo de esconder, Objetos da casa na sonoridade do zunido do frio, Descansa o sonho que está fechado, provisório do amor.   O mundo é um passo gigante que afunda os sonhos, O futuro da espécie humana passa nos olhos, O coração aperta as pontas, fecha as páginas, vaporiza, Bafeja em tudo sua força, varre as ideias, renasce do nada.   O céu abre-se, rugas evidenciam a essência da vida, O tempo demonstra sua indiferença à revolta do ser, De nada adianta pisar na relva para alcançar a paz, O degelo é o que assombra o egoísmo das manhãs.   *Prof. Dr. Luis Antonio Paim Gomes Filósofo. Editor. Poeta. Livre Pensador. Porto Alegr

Inscrições Abertas!

 

Quanto tempo leva uma terapia?*

O tempo de um processo terapêutico pode ser estimado. No entanto, se levarmos em conta o modo como se dá o tempo subjetivo dos processos de mudança, adaptação, superação, costume etc. de cada pessoa, as estimativas não passam de... meras estimativas. Não há exatidão quando se trata dos complexos processos constituintes do universo de cada alma humana. Além do funcionamento interno do indivíduo, também devemos levar em conta outros âmbitos. As relações internas e externas, os contextos passados e presentes, as projeções, os sonhos, as emoções, os valores, os modos de aprender e esquecer, os direcionamentos dos olhares e das memórias etc. Algumas pessoas chegam ao consultório com demandas imediatas e últimas relativa ou aparentemente simples. No entanto, com estruturas com pouca abertura para modificações, podem apresentar resistências difíceis de transpor. Um exercício de trabalho e paciência para terapeuta e partilhante. Outras podem ter alguma facilidade para mudança. Mas, tal f

Literatura – na Vida e na Clínica*

Relação continuada que sobrevoa ideias complexas e aterrissa em sensações, a nossa e a dos livros. Quem já não capturou ou se deixou capturar pelas emoções, até dos jargões neles contidos. Galeano, no enfrentar silêncios para recuperar o não dito, é danado. Ele nos faz reverberar em outro plano, flexibiliza o fadado. Momento do devaneio poético, diria Bachelard. De tanto concentrar para ordenar imagens - como plantas, necessitam de terra e de céu - o imagético enlaça o simbólico e encontra novos imaginários. Jung, Campbell... O escarcéu. Utopia... Por intermédio dos livros exercitamos maneira nata, em seus mais diversos gêneros, de enxergar a nós mesmos e até manejar circunstância que mata. Distopia... As pessoas no Pessoa acordam outras em nós. Qual a sintonia... Termos agendados no intelecto partejando ideias... Ressignifica e marca autogenia. Navegar Camões nos arrebata. Ora pela tormenta que clama por sonhos. Ora pela calmaria que suspende a vida que a nós se ata. Clari

Impossível? Talvez...*

Talvez. O que significa a palavra “talvez”? Nada. Talvez é uma palavra intermediária entre o sim e o não. Quando alguém não sabe o que dizer ou não quer se comprometer com algo, solta um talvez no inicio da frase e automaticamente se livra da obrigação. Talvez eu possa ir no jantar amanhã. Qual o conteúdo dessa frase? Nenhum, pode ser que consiga ir no jantar ou pode ser que não compareça. Esperar até amanhã é muito tempo quando se tem um talvez por trás. Talvez é uma palavra vazia, ilusória, parece que está dizendo algo mas na verdade não diz nada, semeia a dúvida e a insegurança. Talvez é uma palavra muito utilizada por políticos. Dizem que quando um político responde sim, podemos interpretar como talvez. Quando disser talvez, o significado é não. E quando o político disser não, ele não é um bom político. Outra palavra que tem sentido dúbio é a conjunção “mas” e seus parentes próximos: porém, contudo, todavia, entretanto. Sempre existe um mas pra estragar ou contradizer uma afi

Subjuntivos*

Talvez esse imenso lugar nativo ficasse inexplorado, não fora o movimento desconcertante a acessar as inéditas regiões. Essa aptidão de estranhamento, tão desmerecida, aprecia desnudar o espaço novo diante do olhar, interseção limiar com as demais teias discursivas. Através do viés desconsiderado é possível apreender e dialogar com a pluralidade transgressora das fronteiras conhecidas. Ao fazer possível o impossível se pode vislumbrar a ótica selvagem, um pouco antes de ser cooptada pelo saber instituído.    A cogitação sobre a origem dessa matriz já contém, em si mesma, a multiplicidade de versões. As lógicas da incerteza elaboram seus vocabulários brincando com os vestígios da irrealidade. O devir instintivo ensaia relatividades ao querer mostrar paradoxos, alternâncias, dialetos para se entender ou sentir que a perfeição de toda imperfeição nem sempre vai ser explicável. Sua opinião escolhe desmerecer todo beco sem saída. Seu saber especulativo, recheado de incertezas, promove

O que é a Filosofia Clínica***

A Filosofia Clínica, em uma nova abordagem terapêutica, é a filosofia acadêmica adaptada à prática clínica, à terapia. Não trabalha com critérios médicos, com remédios ou com tipologias na construção de uma proposta terapêutica cujo objeto é buscar o bem-estar do ser humano.  O instrumental da Filosofia Clínica divide-se em três partes: os Exames Categoriais, a Estrutura de Pensamento e os Submodos. Nos Exames Categoriais, primeiro momento da clínica, através da historicidade, o filósofo clínico situa existencialmente a pessoa colhendo todas as informações de sua vida, desde as suas recordações mais remotas, até as informações de suas vivências mais atuais. O material colhido, na história da pessoa atendida - que em Filosofia Clínica é chamada de partilhante, justamente pela condição de ser alguém com quem o filósofo compartilha momentos da existência -, é a base para o desenvolvimento do processo terapêutico. A partir desses dados, num segundo momento, são verificados os tópicos

Reflexões de um Filósofo Clínico*

  Um pensamento mágico do homem moderno: a crença de que quando se deixa de chamar certas coisas de "deuses", deixa-se de crer em deuses. O homem moderno tanto crê em divindades que nem percebe que crê: entende o objeto de sua crença como a própria realidade. O mundo do homem é inescapavelmente mitológico. A ciência, a política, o esporte, os objetos técnicos: com todos eles o homem moderno tem uma relação religiosa, do mesmo modo que o homem de antes tinha uma relação com o seu Deus ou os seus deuses. Renomeia-se o deus, mudam-se os rituais de culto - e o pensamento iluminista inteiro fantasia haver superado o mito em benefício da razão, sem perceber que a razão é, ela mesma, também um mito. Talvez o grande equívoco do pensamento moderno seja a crença de que se um objeto é mitológico, então ele não existe. Ora, ao contrário do que os modernos quase sempre acreditaram, a existência não é unívoca: "o ser se diz de vários modos", há modos e graus variados

Casa da Filosofia Clínica, em Porto Alegre (RS), concede o título de Doutor Honoris Causa*

  Catarinense de Criciúma (SC), Beto Colombo foi homenageado pela Instituição por seus relevantes estudos em Filosofia Clínica nas Organizações.  Há dez anos, Beto Colombo levou os métodos da Filosofia Clínica – até então voltada exclusivamente ao atendimento em consultórios – para dentro das empresas, criando assim o que hoje se conhece como Filosofia Clínica nas Organizações. O filósofo atende empresas em processo de sucessão e também analisa a cultura organizacional a fim de identificar a estrutura de pensamento das empresas, chegando ao que ele denominou de a “Alma da Empresa”, título de seu livro em parceria com o filósofo clínico Rosemiro Sefstrom, lançado em 2016 e que ganhou uma edição bilíngue (português-espanhol) no final de 2019, ambos publicados pela Dois Por Quatro Editora, de Florianópolis. Além de ter escrito diversos livros voltados à gestão e à Filosofia, Colombo foi um dos fundadores do Instituto Sul Catarinense de Filosofia Clínica e atualmente coordena o curso d

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