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Manhãs do adeus*

 

“O mundo que caminha em mim

é um mundo além do alcance”

Paul Auster 

 

O teu dia, o dia de todos, ao menos esse dia,

O que o frio congelou dos sentimentos,

Através de um vento que não adia,

Regra a dor em forma de céu sem consentimentos.

 

E a névoa que desfaz um outono que afunda o vidro,

Espelha os dedos na janela, o corpo de esconder,

Objetos da casa na sonoridade do zunido do frio,

Descansa o sonho que está fechado, provisório do amor.

 

O mundo é um passo gigante que afunda os sonhos,

O futuro da espécie humana passa nos olhos,

O coração aperta as pontas, fecha as páginas, vaporiza,

Bafeja em tudo sua força, varre as ideias, renasce do nada.

 

O céu abre-se, rugas evidenciam a essência da vida,

O tempo demonstra sua indiferença à revolta do ser,

De nada adianta pisar na relva para alcançar a paz,

O degelo é o que assombra o egoísmo das manhãs.

 

*Prof. Dr. Luis Antonio Paim Gomes

Filósofo. Editor. Poeta. Livre Pensador.

Porto Alegre/RS

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