CARUZO, M. A. Introdução à Filosofia Clínica. Petrópolis, RJ: Vozes, 2021. Coleção Filosofia Clínica.
No livro Introdução à Filosofia
Clínica, o autor Miguel Angelo Caruzo parece apresentá-la fazendo Filosofia
Clínica. Isto é: o fato de ser uma obra que dispõe da fundamentação teórica
desta área do saber humano entrelaçando-a, de maneira fluida, com os passos do
próprio Método que a caracteriza – Exames Categoriais, Estrutura de Pensamento
e Submodos – denotou esta impressão do caminho da clínica filosófica.
Acrescentando a isto exemplos de
casos clínicos, gerou a leveza própria de um panorama; tanto quanto sua
organização didática e sua linguagem clara e concisa viabilizaram a compreensão
de uma margem possível para o público-alvo de leigos interessados a estudantes
da área, uma vez que colocou as questões clínico-filosóficas sem relaxamento e
sem excesso de rigor acadêmico, com responsabilidade e segurança, sendo uma
proveitosa caminhada do leitor na Filosofia Clínica e uma útil oportunidade de
divulgação deste Pensamento.
Ao mesmo tempo que menciona
influências de pensadores, nas pesquisas de Lúcio Packter, quando da elaboração
desta proposta terapêutica, Caruzo aponta a existência de uma releitura do
então sistematizador sobre eles, deixando unívoco que não houve uma repetição
de conceitos, mas, sim, uma episteme e uma práxis originais, uma criação, um
termo novo. Isto acabou servindo de provocação ao leitor atento sobre o
significado da relação da Filosofia Clínica com a Filosofia e outros modos do
pensar e agir.
Diante disto, estes escritos
trazem, em si, o potencial de despertar a busca pela Filosofia Clínica, tanto
por um quê formativo que ela tem, como por ser um convite ao autoconhecimento e
um estímulo à reflexão sobre prática clínica e a existência. E assim, ao
ofertar este livro como uma tradução, o autor pareceu também traduzir-se em uma
obra.
*Taís Fiscina de Oliveira
Filósofa. Terapeuta Junguiana.
Estudante de Filosofia Clínica
Aracaju/SE
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