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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"(...) com que largos intervalos aparecem as boas obras, e como são raras as publicações seladas por um talento verdadeiro"

"Estabelecei a crítica, mas a crítica fecunda, e não a estéril, que nos aborrece e nos mata, que não reflete nem discute, que abate por capricho ou levanta por vaidade; estabelecei a crítica pensadora, sincera, perseverante, elevada"  

"Para realizar tão multiplicadas obrigações, compreendo eu que não basta uma leitura superficial dos autores, nem a simples reprodução das impressões de um momento (...)"

"O crítico deve ser independente - independente em tudo e de tudo - independente da vaidade dos autores e da vaidade própria"

"(...) 'Flores e frutos' veio mostrar-me que o gênero e as qualidades (...) podiam aparecer nestas regiões com a mesma riqueza de graça, facilidade de rima e virgindade de ideias (...) os versos do Sr. B. Seabra respondem a diversos ecos do coração ou do espírito do poeta"

"(...) o livro do Sr. B. Seabra é um ensaio, uma prova mais séria para admissão no lar das musas"

"Não se contesta às almas poéticas certa sensibilidade fora do comum e mais exposta por isso ao choque das paixões humanas e das contrariedades da vida"

"É como um companheiro da mesma oficina que eu leio os versos do poeta e indico as minhas impressões"

"(...) Da 'Casinha de sapé' já disse que é uma das melhores do livro; acrescentarei que ela basta para indicar a existência do fogo sagrado no espírito do poeta"

"O tempo para os dons do espírito é um meio de desenvolvimento; a inspiração que se aplica cresce e se fortalece, em vez de diminuir e esgotar-se"

"Viajar é multiplicar a vida. De país em país, de costumes em costumes, o homem que nasceu com propensão e gosto para isso, renova-se e transforma-se. Mas, fique bem claro, é preciso ter gosto e propensão; á preciso ser poeta" 

*Machado de Assis in "Crítica Literária - edição de 1910". Ed. W. M. Jackson Inc. RJ. 

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