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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"(...) Pessoas que encontram partes preciosas de si não em outras pessoas, mas em livros (...)"

"Tudo aquilo que julgamos 'entender bem', quer dizer, dominar e possuir, está fora do literário. A leitura de um grande livro mexe com o que temos de mais instável e de mais sensível, pois joga com o inacessível e o remoto"

"Em um mundo obstruído por dogmas e slogans, a função da literatura não é concluir, mas desencadear. Não é fechar soluções, mas descortinar dúvidas e perguntas. Não é oferecer imagens prontas, mas vislumbrar novas maneiras de ver"

"Mais do que fornecer respostas, o papel do crítico é o de construir perguntas. O crítico é um construtor de interpretações, que são inevitavelmente parciais, incompletas e transitórias"

"Caeiro tem a consciência de que a existência é móvel, é fluída, é infiel. Daí sia aposta no valor da ignorância: é muito perigoso dar um nome ao que está sempre mudando"

"Depois do trabalho, Kafka saía para caminhar pelas ruas da velha Praga (...) Era só mais um solitário entre tantos. Em meio à multidão, gozava o prazer do anonimato e da indiferença, que lhe davam a sensação, valiosa, de desaparecer. Quem levaria a sério aquele homem reservado e esquisito, que parecia sempre em fuga ?"

"Cada um lê com o que tem, lê com o que é, lê como pode. Não existe leitura perfeita, nem completa; muita coisa, mesmo para os leitores treinados, sempre fica de fora. É esse aspecto inesgotável da literatura que lhe confere um caráter mágico"

*José Castello in "A literatura na poltrona". Ed. Record. RJ. 2007. 

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