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Fragmentos Filosóficos, Literários, e algo mais*


"Seu orgulho exigiu a ilusão da permanência. O nosso, pelo contrário, parece deleitar-se em provar que podemos tornar a pedra e o tijolo tão transitórios quanto nossos próprios desejos (...) Derrubamos e reconstruímos enquanto esperamos ser derrubados e reconstruídos. É um impulso provocador da criação e da fertilidade. A descoberta é estimulada e a invenção fica em alerta"

"(...) A mente se torna uma lousa perpetuamente mutante na forma, nos sons e nos movimentos"

"(...) não há qualquer embarcação de lazer nesse rio. Atraídos por uma irresistível corrente, chegam das tempestades e calmarias do mar, do seu silêncio e solidão, para o ponto de ancoragem que lhes é atribuído"

"(...) e o velho mendigo, após jantar os restos de um saco de papel, espalha migalhas para os pardais"

"Ali estão os poetas mortos ainda meditando, ainda ponderando, ainda questionando o significado da existência"

"(...) os lábios estão comprimidos por um silêncio fugidio; os olhos, semicerrados pelo pensamento do instante. Esses mortos, se mortos estão, viveram plenamente"

"E não é uma curiosidade frívola que nos leva à casa de Dickens, de |Johnson, de Carlyle e de Keats. Nós os conhecemos por suas casas - parece que realmente os escritores se imprimem em seus pertences de modo mais indelével do que outras pessoas. Senso estético podem não ter nenhum; mas geralmente possuem um dom muito mais raro e interessante: a faculdade para abrigar-se apropriadamente, para transformar a mesa, a cadeira, a cortina, o tapete em sua própria imagem"

"(...) Consideremos os Carlyle, por exemplo. Uma hora passada na Cheyne Row, n. 5 nos dirá mais sobre eles e suas vidas do que podemos aprender em todas as biografias"

"Keats morreu jovem e desconhecido no exílio. A vida continua do lado de fora da janela"

*Virginia Woolf in "Cenas londrinas". Ed. José Olympio. RJ. 2006.

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