A pesquisa "Retratos da Cultura" revela que um em cada três brasileiros nunca comprou um livro.
E 44% dos brasileiros nunca lêem livros. Nem livros
técnicos, nem religiosos, nada: os livros simplesmente não fazem parte do
cotidiano de quase metade da população brasileira.
E não porque um livro seja caro: sim, é caro, mas
custa menos que uma conta de bar ou um lanche de fast-food...
Aliás, com o valor que custa qualquer televisão ou
smartphone dá para montar uma pequena biblioteca - e, assim, abrir o horizonte
da existência.
(...)
Falando em livros...
"[Os pobres], num primeiro momento, quando
fizeram o auxílio emergencial, estavam mais preocupados em sobreviver do que em
frequentar as livrarias", diz o ministro da economia. Por isso, defende
que seria melhor se o Estado tributasse mais pesadamente as editoras e
distribuísse livros "gratuitamente" aos pobres.
Não se trata de polêmica partidária. Não importa se
você apóia o governo Bolsonaro ou se a ele faz oposição: é preciso dizer que o
ministro está equivocado.
Em vez de diminuir os tributos sobre as editoras, para
tornar o livro mais acessível aos pobres, o ministro quer ampliá-los, o que
significa tornar o livro ainda mais inacessível.
Senhor ministro: um livro precisa ser o mais barato possível, e de livre escolha do leitor, porque não é artigo de luxo. Um livro também é alimento: alimento da alma.
*Prof. Dr. Gustavo Bertoche
Filósofo. Escritor. Musicista. Filósofo Clínico.
Teresópolis/RJ
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