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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"A loucura é uma propriedade social comum que nos foi roubada, tal como a realidade dos nossos sonhos e das nossas mortes: temos de recuperar politicamente estas coisas, de modo que se tornem criatividade e espontaneidade numa sociedade transformada"

"(...) Se enlouquecermos, segundo a definição social normal, na psicanálise o nosso destino provável é o habitual encarceramento psiquiátrico, com todas as violentas podas daí decorrentes - pelo menos até a nossa linguagem - palavras e atos - se tornar normalmente - gramatical - e normalmente banal (...)"

"No discurso louco e poético, é precisamente o indizível e o infalável que deve ser expresso"

"A loucura é a revolução permanente na vida de uma pessoa"

"A loucura é a desestruturação das estruturas alienadas de uma existência e a reestruturação de um modo de ser menos alienado"

"Desestruturar/reestruturar segue uma racionalidade dialética, uma racionalidade de superação. É esta a lógica de toda a forma de atividade criadora, e também a lógica da loucura e a linguagem da loucura"

"A finalidade de uma anticlassificação é a ação mobilizada lúcida enquanto oposta ao controle, o controle existente na maioria dos sistemas classificatórios. A anticlassificação significa ver as diferenças e não impor as diferenças aos fenômenos experimentados. E significa, também, ver o movimento para fora do aprisionamento - e isto é o 'anti' da anticlassificação"

"O novo fator revolucionário é que as pessoas começam a fazer amor em vez de se limitarem a foder para procriar para os patrões. O orgasmo é uma loucura contagiosa e boa (...)"

"Não-psiquiatria significa que o comportamento profundamente perturbador, incompreensível e louco deve ser contido, incorporado na sociedade global e nela disseminado como uma fonte subversiva de criatividade, espontaneidade, não doença

*David Cooper in "A linguagem da loucura". Ed. Presença. Lisboa. 1978.

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