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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"Era vital e necessário levar uma vida ordenada e racional como contrapeso à singularidade do meu mundo interior"

"As leituras filosóficas haviam-me ensinado que no fundo de tudo havia a realidade da psique. Sem a alma, não havia saber nem conhecimento profundo"

"O que se é (...) só pode ser expresso através de um mito. Este último é mais individual e exprime a vida mais exatamente do que o faz a ciência, que trabalha com noções médias, genéricas demais para poder dar uma ideia justa da riqueza múltipla e subjetiva de uma via individual"

"(...) como toda personalidade criadora, não era livre, mas tomada e impelida pelo demônio interior"

"O corpo tem uma pré-história anatômica de milhares de anos - o mesmo acontece com o sistema psíquico"

"Parece, com efeito, que um saber sem limites está presente na natureza, mas que tal saber não pode ser apreendido pela consciência a não ser que as condições temporais lhe sejam propícias. O mesmo ocorre provavelmente na alma do indivíduo que traz consigo, durante anos, certos pressentimentos, mas só os conscientiza tempos depois"

"Tanto nossa alma como nosso corpo são compostos de elementos que já existiam na linhagem dos antepassados. O 'novo' na alma individual é uma recombinação, variável ao infinito, de componentes extremamente antigos"

"Estamos longe de ter liquidado a Idade Média, a Antiguidade, o primitivismo e de ter respondido às exigências de nossa psique a respeito deles"

"Nietzsche perdeu o solo debaixo dos pés porque nada mais possuía senão o mundo interior de seus pensamentos - mundo que o possuiu muito mais do que Nietzsche a ele"

* Carl Gustav Jung in "Memórias, sonhos, reflexões". Ed. Nova Fronteira. RJ. 2006.

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