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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"(...) E Van Gogh, o louco superlúcido, tem o olhar de Nietzsche, 'este olhar que desnuda a alma'"

"(...) conclamando a nulidade definitiva do olhar clínico de toda a psiquiatria"

"Artaud vislumbra o braço armado de uma sociedade pronta a defender pela força 'a saúde de um mundo de deformados'"

"Havia muito tempo que a pintura linear pura me enlouquecia, até que encontrei Van Gogh que pintava, não linhas ou formas, mas coisas da natureza inerte como se estivessem em plena convulsão"

"A medicina nasceu do mal, se é que não nasceu da doença, e se não a provocou e criou, peça por peça, para se atribuir uma razão de existir, mas a psiquiatria nasceu da turba plebéia de seres que quiseram conservar o mal na fonte da doença e que, assim, extirparam de seu próprio nada uma espécie de guarda suíça para deter em seu nascedouro o impulso de rebelião reivindicador que está na orgiem do gênio (...)"

"Há em todo demente um gênio incompreendido em cuja mente brilha uma ideia assustadora, e que só no delírio consegue encontrar uma saída para as coerções que a vida lhe preparou"

"(...) em todo psiquiatra vivo há um repugnante e sórdido atavismo que lhe faz ver em cada artista, em todo gênio, diante dele, um inimigo"

"Houve entre o doutor Gacher e Theo, irmão de Van Gogh, muitos desses conciliábulos fétidos das famílias com os médicos-chefes dos asilos de alienados, a respeito do doente que eles lhe encaminharam (...)" 

"(...)Van Gogh era uma dessas naturezas de lucidez superior que lhes permite, em todas as circunstâncias, enxergar mais longe infinita e perigosamente mais longe do que o real imediato e aparente dos fatos"

*Antonin Artaud in "Van Gogh - O suicida da sociedade". Ed. José Olympio. RJ. 2007.

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