Tudo fica raso e
transparente quando nos conectamos com o profundo da nossa intimidade ou de
qualquer outra pessoa que possa nos proporcionar autoconhecimento e lucidez.
É por isso que tanto a
empatia quanto a compaixão de saber ouvir, além de poder ser um ato
revolucionário, é agora, mais do que nunca, urgente, sobretudo, nesses tempos
de obscurantismo e surdez endêmica.
Saber ouvir significa
saber sentir a dor e a alegria proveniente de você e do outro, doa a quem doer
comova a quem comover. E é justamente essa mutilação do sentir que não só
inviabiliza o intelecto como também extingue o bom senso, a racionalidade, a
sensibilidade e qualquer possibilidade de solidariedade e colaboração.
Pois, se a dor do outro
não lhe toca, no mínimo, no melhor dos diagnósticos, há uma grande patologia
moral instalada em você! E assim, uma vez carente do sentir, torna-se muito
difícil compreender que julgar é muito diferente de discernir.
Afinal, julgar sempre
implica numa condenação enquanto discernir é o que nos lança na direção do
poder de escolher compreender e respeitar, com efeito, para se capacitar a
assimilar o que é preciso e deixar passar o que não foi capaz de agregar para
nos tornar pessoas melhores. Musa!
*Prof. Dr. Pablo Mendes
Filósofo. Escritor.
Musicista. Filósofo Clínico.
Uberlândia/MG
Comentários
Postar um comentário