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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"Para determinar com precisão o caráter específico de toda e qualquer forma do espírito, faz-se necessário, antes de tudo, medi-la pelos seus próprios padrões. Os critérios segundo os quais ela é avaliada e que norteiam a apreciação de suas produções não lhe devem ser impostos de fora, sendo, ao invés, indispensável que derivemos estes critérios das próprias leis básicas que determinam as suas formações"

"(...) Neste sentido, cada forma nova representa uma nova 'construção' do mundo, que se realiza de acordo com padrões específicos, válidos apenas para ela"

"Aquilo que na linguagem é estável e se subordina a determinadas leis, podendo, assim, cristalizar-se sob forma de regras, não passa de simples petrificação; mas é por detrás deste produto acabado que se encontram os verdadeiros atos constitutivos da formação, os atos espirituais da criação que se renovam permanentemente"

"A diversidade das línguas não concerne aos sons e signos, e sim às concepções de mundo que lhes são inerentes (...) Todo indivíduo fala a sua própria língua"

"(...) O autor é o melhor intérprete de suas palavras"

"Toda forma de espírito verdadeiramente original cria a forma linguística que lhe é apropriada"

"Se a linguagem, nos seus termos conceituais complexos, não constitui um reflexo da realidade sensível, mas antes um reflexo de operações do espírito, conclui-se necessariamente que este reflexo pode e deve efetuar-se de maneiras infinitamente múltiplas e variadas (...)"

"Se o conteúdo e a expressão do conceito não dependem da matéria que compõe as diversas representações sensíveis, e sim da forma de sua combinação, cada novo conceito da linguagem representa uma nova criação do espírito"

*Ernst Cassirer in "A Filosofia das Formas Simbólicas". Ed. Martins Fontes. SP. 2001. 

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