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Fragmentos Filosóficos, Delirantes, Criativos*


"Foi Schopenhauer que chamou a atenção para o caráter equívoco da vida, sua ambiguidade fundamental, também sua polissemia. Quanto a nós, há o fato de querermos estar aqui e ali, o desejo e a insatisfação, a dialética constante contra a estática e a dinâmica. Essa ambivalência foi, durante a modernidade, amplamente ocultada. Não sem motivo! O indivíduo devia ser um"

"(...) E o passeador que vagueia chama, a contrario, um outro tipo de exigência: a de uma vida mais aberta, pouco domesticada, a nostalgia da aventura"

"(...) o não-pertencimento a um lugar é a própria condição de uma possível realização de si na plenitude do todo"

"(...) O paradoxo é a marca essencial desses momentos cruciais, nos quais o que está em estado nascente tem muita dificuldade para se afirmar diante dos valores estabelecidos"

"É preciso saber resistir ao que é superficialmente claro, imediatamente compreensível porque totalmente racional"

"(...) a abertura para o outro, a acolhida ao estrangeiro, é também um modo de acolher o estranho, de usufruir dele e de integrá-lo á vida cotidiana. Essa foi a função da errância"

"(...) Pelo menos na criação cuja importância jamais se mede no mesmo instante, mas adquire importância devagar. Isso significa que sua influência inicialmente é subterrânea, pouco à vontade que ela está em relação às formas e aos pensamentos instituídos"

"Há no ato criativo alguma coisa que é da ordem da recusa. A criação se faz de modo reservado, no isolamento, até. O artista, o pensador têm sempre necessidade de um refúgio, de um retiro. Realizam-se no distanciamento. Eis o que diz Proust: 'Cada artista parece o cidadão de uma pátria desconhecida'" 

*Michel Maffesoli in "Sobre o Nomadismo - vagabundagens pós-modernas". Ed. Record. RJ. 2001.

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