Toda e qualquer leitura
de mundo seja pelos gestos ou pelas palavras de autoria alheia a nós mesmos,
serve, antes de mais nada, para nos conhecer. Toda leitura nos torna mais
conscientes porque tende a nos fazer tocar mais profundo para dentro do nosso
íntimo.
E curiosamente, quando
cremos estar lendo para fora de nós mesmos, podemos ter a impressão de que
estamos captando fragmentos de fenômenos peculiares demais e com os quais por
alguma razão nos identificamos; seja para dor ou seja para o prazer.
Já quando cremos estar
lendo para dentro de nós mesmos, apesar das dificuldades de encontrar palavras
para traduzir as sensações, parece certo se tratar sempre de um ato de coragem
que nos revela e nos transforma pelo menos em versões mais claras e
transparentes daquilo que somos de fato agora. Ler é inevitavelmente uma via de
mão dupla mesmo quando começa por fora e termina por dentro ou vice versa.
A leitura é de alguma
maneira, um grande antídoto para a superação de crenças limitantes quase sempre
estrategicamente plantadas dentro de nós por uma estrutura de poder da qual
temos o dever de superar.
Ler é um ato de amor ao
qual não podemos conter e nem parar até possamos dar as mãos para caminhar lado
a lado e juntos enquanto desejamos o melhor a cada escolha provinda das nossas
singularidades. Enfim, é sempre inesquecível e comovente a leitura conjunta de
uma alma disposta a somar conosco manchando de verde as suas próprias retinas.
Musa!
*Prof. Dr. Pablo Mendes
Filósofo. Escritor.
Musicista. Educador. Filósofo Clínico.
Uberlândia/MG
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