Pular para o conteúdo principal

Fragmentos Filosóficos, Libertários, e algo mais*


"O que o deus Cronos não perdoa às vanguardas é o frescor e a espontaneidade de suas extravagâncias"

"Território escorregadio de questionamento e de reinvenções do novo, tela de fundo dos avanços ou retrocessos da sociedade, a modernidade cristaliza os processos sistematicamente feitos aos níveis social, político, estético. (...) a modernidade é uma espiral de contradições, de esperanças, de decepções e de reinícios"

"A substância do novo das vanguardas sempre foi polimorfa e polissêmica. É constituída por aquelas mensagens transmitidas com violência pelos manifestos e pelas linguagens transgressivas"

"(...) cada instante é único e faz com que apareça um novo estado do mundo"

"Nesse polimorfismo literário, as vanguardas se destacam por marcarem, cada vez, o advento de uma linguagem nova. As vanguardas que reescrevem e perlaboram a modernidade também garantem sua sobrevivência para além de suas descontinuidades"

"O experimento, hoje, no campo da poesia implica, portanto, a consciência da instabilidade e do caráter histórico da linguagem com a qual se defronta o poeta, que não é mais um indivíduo livre subjetivo, mas antes um participante ativo de invenções"

"Nietzsche avança a ideia da multiplicidade do sujeito tomado no sentido de uma vontade de ser e de um receptáculo fortuito dos diversos sentidos do mundo. O múltiplo destrói a concepção de uma presumida unidade fundadora do sujeito. Assim como o mundo é composto de um número indefinido de significados, o sujeito está submetido ao jogo das perspectivas"

"Dostoiévski insiste na instabilidade, na incerteza e na imprevisibilidade da consciência. A consciência estável é uma quimera. O narrador se dá conta de que ela nunca é guiada por pensamentos coerentes. De fato, na memória há buracos, vazios, uma ausência de motivações para pensar ou querer pensar de certa maneira mais que de outra"

"A performance pós-moderna desemboca antes no processo do que num objeto temporal acabado"

"Cortázar concebe a teoria do 'camaleonismo', ou seja, a recusa constante, por parte do poeta, de uma identidade estável"

"Calvino produz, em As Cidades Invisíveis, uma espécie de cosmogonia urbana total. Os seres humanos que a habitam comportam-se de maneira tão estranha quanto o insólito de que cada cidade é feita"

*Wladimir Krysinski in "Dialéticas da Transgressão". Ed. Perspectiva.  SP. 2007.  

Comentários

Visitas