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Fragmentos Filosóficos, Devaneios Criativos, e algo mais*


"Sou médico e lido com pessoas simples. Sei, por isso, que as universidades não são mais fonte de conhecimentos. As pessoas estão cansadas da especialização científica e do intelectualismo racional. Elas querem ouvir a verdade que não limite, mas amplie; que não obscureça, mas ilumine; que não escorra como água, mas que penetre até os ossos"

"O médico é o instrumento por cujo intermédio a natureza é levada à obra... O remédio cresce espontaneamente e surge da terra, destarte nos nada criamos. O que o médico faz não é obra sua. O exercício desta arte está no coração: sendo teu coração falso, também será falso o médico dentro de ti"

"Mesmo limitando-nos somente a descrever o médico Paracelso, encontramos esse médico em planos tão diversos e em tão múltiplas formas, que toda tentativa de descrevê-lo resultará em colcha de retalhos (...) Tudo nele tem grandes proporções ou, dito de outro modo, tudo nele é exagerado. Vastos e áridos desertos de palavrório insensato alternam-se com oásis cheios de inspiração, cuja intensa luminosidade ofusca e cuja riqueza é tão grande que não conseguimos descartar a desagradável sensação de termos, em algum lugar, deixado o essencial passar despercebido"

"O homem normal consegue suportar a tendência geral sem se prejudicar; mas o homem que caminha por atalhos e desvios, que não pode, como o homem normal, andar pelas amplas estradas principais, será o primeiro a descobrir o que se encontra afastado da grande estrada à espera de poder participar da vida"

"(...) A anomalia mental também pode ser uma espécie de sanidade mental, inconcebível para a inteligência mediana, ou um poder espiritual superior"

"(...) o gênio criativo nunca é um, mas vários e por isso fala, no silêncio da alma, à multidão, cujo sentido e destino ele encarna tanto quanto o próprio artista"

"Paracelso é um oceano ou mais grosseiramente, um caos (...) dentro do qual homens, deuses e demônios daquela monstruosa época da primeira metade do século XVI devem ter despejado a sua seiva especial. A primeira coisa que nos chama a atenção em seus escritos é o seu temperamento bilioso e briguento. Raivoso, combate em toda a linha os médicos acadêmicos, bem como suas autoridades"

*C. G. Jung in "O Espírito na Arte e na Ciência". Ed. Vozes. Petrópolis/RJ. 1991.

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