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Fragmentos Filosóficos, Literários, e algo mais*


"(...) os pensamentos tem épocas de viver e épocas de morrer"

"(...) seu único interesse verdadeiro é a evolução espiritual da alma (...) algo que de vez em quando se põe a crescer dentro de nós, a partir de um pensamento contido nas frases de um livro, ou que brota dos lábios cerrados de uma fotografia; essa coisa acorda uma ou outra vez, quando passa por nós uma rara melodia solitária"

"(...) Afinal, por que motivo o que fica além de nossa compreensão não se permitiria brincar com nossa inteligência ?"

(...) Momentos inesquecíveis, situações em que a vida perde sua lógica normal"

"As coisas cruéis que acontecem servem unicamente para matar os desejos miseráveis que se dirigem para fora, e que, seja vaidade, fome, alegria ou piedade, apenas nos afastam do fogo que cada pessoa é capaz de acender dentro de si"

"(...) E quando um ser humano se perdeu a si mesmo, renunciou a si, perdeu também aquela coisa especial, singular, para a qual a Natureza o criou como ser humano (...) estamos lidando com algo inútil, com uma forma vazia, algo há muito abandonado pela alma universal"

"(...) Ele ainda não aprendera a morrer a cada fim de dia sem se preocupar"

"A predileção de Torless por certos estados de alma era a primeira indicação de uma característica espiritual que mais tarde se manifestaria como um forte sentimento de admiração. No futuro ele seria praticamente dominado por essa capacidade tão peculiar. Seria forçado a perceber muitas vezes fatos, pessoas e até a si mesmo, como se neles houvesse simultaneamente um enigma insolúvel a uma inexplicável coerência"

"O hábito de ler livros em que nenhuma palavra podia ser tirada de seu lugar sem alterar o significado oculto do texto, a avaliação prudente e atenta de cada frase em busca de seu sentido e até de seu duplo sentido, deram a seus olhos essa expressão particular"

"Lembra Maurice Maeterlinck: 'Tão ologo expressamos uma coisa com palavras, e estranhamente ela como que se desvaloriza. Pensamos ter mergulhado no mais fundos dos abismos, e, quando retornamos á superfície, a gota d'água que trazemos nas pálidas pontas dos nossos dedos já não se parece com o mar de onde veio. Imaginamos haver descoberto uma  mina de tesouros inestimáveis, e a luz do dia só nos mostra pedras falsas e cacos de vidro. Mas o tesouro continua a brilhar, inalterado, no fundo escuro'"

*Robert Musil in "O Jovem Torless". Ed. Nova Fronteira. SP. 1978. 

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