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Em qualquer lugar*



Sem ódio
Sem tempero
Eu posso estar em qualquer lugar
Habitar vários mundos
Sentir sem estar...

Eu posso ir, Mas não gosto de voltar
Eu vou sem passagem
Só com as roupas do corpo
Meus problemas ficam na rodoviária...

Mente perdida
Cansada

Eu posso estar em qualquer lugar
Habitar mentes carentes
Soltas no mar

Eu posso sentir seu perfume
No seu lugar
Brincar de esconder sem aparecer
Jogar o jogo

Eu posso mentir sem a verdade
Ler o livro proibido
No fluxo incorreto
Eu posso mas não quero

Por estar em qualquer lugar
Eu posso me atrasar
Esquecer do seu beijo
Antes do jantar

Com rima ou sem
Eu posso estar
Onde você não está
Eu posso rir
Sem chorar...

Ah eu posso tudo
Em qualquer hora
Sem chave entrar
No coração sem vida
Gritar antes da morte...

Sem sorte eu posso jogar
E ainda acertar você
Buscar suas malas
Ainda sujas com o passado...

Metáforas da existência
Meramente um vício meu
Sem sentido
Procurando endereços

Fixos ou não
Na tarde no mar
Depois a rede na sala
Uma taça de vinho tinto seco

Beijos vulgares
Roupas rasgadas
Cama por fazer
sexo sem cheiro

Rodoviária fechada
Passageiros sem pressa
Ninguém na espera
Não tem problema...

Eu posso estar em qualquer lugar!

*Eduardo Silveira
Filósofo. Poeta. Estudante de Filosofia Clínica na Casa da Filosofia Clínica
Farroupilha/RS

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