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Fragmentos Filosóficos, Devaneios, e algo mais*


"O filósofo americano Thoreau fala em algum momento de um quarto Estado. Ao lado da Igreja, do Estado e do povo, o estado do 'andarilho errante'. Que podemos entender através de todas essas figuras nômades que recusam a estabilidade sexual, ideológica ou profissional"

"(...) Claro, não é nenhuma novidade, mas, como em outros períodos de mutação, continuamos a analisar ou julgar os fatos sociais com critérios de outras épocas"

"(...) a pessoa plural, à imagem de suas múltiplas identificações, tem 'sinceridades sucessivas' e verdades provisórias"

"A escolástica tem medo da vida. E toma a si a missão de inculcar por todos os meios esse temor"

" (...) Nietzsche, naturalmente, para quem a filosofia é uma autobiografia. O que quer dizer que ele pensa com o corpo, os afetos, os humores, e também sua loucura. E nisso ele encontra eco cada vez maior, para além da dogmática acadêmica a seu respeito, junto à rebelião juvenil" 

"O gênio enraizado no mundo contém em si todos os 'tipos' humanos, o louco, o santo, o criminoso, a mamãe e a puta, sem esquecer o tipo sem qualidades que constitui o homem de todos os dias"

"(...) No caso, a adesão aos totens coletivos parece-me traduzir um (re) conhecimento de si como resultado de um devir. Todos estamos na estrada. A realidade é estruturalmente impermanente"

"É instrutivo observar que, além da 'língua oficial', a do pensamento conforme, existe uma multiplicação de idiomas, discursos tipicamente tribais, enraizados nas práticas cotidianas, de qualquer ordem que sejam: musicais, esportivas, sexuais, culturais e até políticas ou mesmo intelectuais"   

"Fazer o pensamento reverdecer. Tratar de reanimá-lo, com constância, e também com audácia, mantendo o contato com a vida. O que leva a relativizar a ciência. A fazer com que ela não se leve a sério. Pois a ciência não deixa de ser ciência a partir do momento em que se torna uma regra dogmática que não podemos transgredir ?"

"(...) Defasagem que está na lógica das instituições humanas, que tendem, por lentidão sociológica, a querer sobreviver à efervescência cultural que lhes deu origem"

"O pensamento só é interessante quando é perigoso. Perigoso para a opinião consagrada e ronronante que serve de fundamento a todos esses 'pareceres de especialistas' em que se refestela o poder (...) são cada vez mais numerosos os que nada tem a dizer e o dizem em voz alta"

*Michel Maffesoli in "O ritmo da vida - variações sobre o imaginário pós-moderno". Ed. Record. RJ. 2007.

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