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Fragmentos Filosóficos, Devaneios, e algo mais*


"O homem não é em absoluto a soma do que tem, mas a totalidade do que ainda não tem, do que poderia ter"

"Para compreender as palavras, para dar um sentido aos parágrafos, é preciso primeiro que eu adote seu ponto de vista, que eu seja o coro complacente. Essa consciência só existe por meu intermédio; sem mim haveria apenas borrões negros sobre folhas brancas"

"(...) A liberdade é una, mas se manifesta diversamente segundo as circunstâncias"

"(...) o olho prefigura, seleciona aquilo que vê. E esse olho não está dado de saída: ele tem de inventar sua maneira de ver; por isso determina-se a priori e por uma livre escolha o que se vê. As épocas vazias são aquelas que escolhem se ver com olhos já inventados. Elas não podem fazer mais que refinar as descobertas das outras; pois aquele que traz o olho traz ao mesmo tempo a coisa vista" 

"Lembrando Pascal: 'Todo esse mundo visível não é mais que um traço imperceptível no amplo seio da natureza'"

"Se a palavra parece sujeito quando falo, é porque me insinuo na palavra. Nesse sentido, o martelo ou a colher também são sujeitos quando os uso e não se distinguem da minha ação"

"Se uma sociedade filosofa, é porque 'há folga na engrenagem', é porque há espaço para o sonho individual, para a fantasia de cada um, para a interrogação e para a incompreensão. E enfim porque não há ordem social perfeitamente rigorosa"

"O ponto de partida é o fato de que o homem nasce da terra; ele é 'engendrado pela lama'. Entendemos por isso que ele é o produto de uma das inumeráveis combinações dos elementos naturais"

"As palavras, ademais, são 'instrumentos de atos úteis', de modo que nomear o real é cobri-lo, velá-lo com familiaridades (...) o demasiadamente conhecido, que passa despercebido. Para rasgar os véus e trocar a quietude opaca do saber pelo espanto do não-saber é preciso de um 'holocausto de palavras', esse holocausto que a poesia realiza de saída (...)" 

"(...) ninguém pode penetrar no universo dos sonhos se não está dormindo; da mesma forma, ninguém pode entrar no mundo fantástico se não se torna fantástico"

*Jean-Paul Sartre in "Situações I - Críticas Literárias". Ed. Cosac Naify. SP. 2005.

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