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Fragmentos Filosóficos, Literários, e algo mais*



"Tinha prazeres diferentes: amava ser contra as ideias dos seus vizinhos de mesa e gostava de estudar almas. Correra todo Paris, dos mais aristocráticos salões aos mais sórdidos cabarés, numa volúpia de escalpelar as almas, pôr-lhes à mostra sentimentos, estudá-las..."

"(...) Quero lhe dizer que os seus olhos prometem coisas absurdas, mas eu conheço todas as coisas absurdas e duvido muito que você me dê qualquer coisa nova"

"(...) Se vocês fossem iguais a todos os outros, achariam a felicidade em qualquer parte. Na religião, no amor, no trabalho, em qualquer coisa. Mas, como vocês são superiores, não a encontrarão nunca. A felicidade pertence somente aos burros e aos cretinos. Felizmente, nós somos infelizes (...)"

"(...) Aqueles homens sofrem a única tragédia verdadeira... A da fome... Nada. A nossa é muito maior - atalhou José Lopes. A nossa fome é a fome do espírito"

"(...) Mas amar uma mulher medíocre, igual às mulheres que sempre existiram, bonitinha apenas, que pesa o amor, só o praticando enquanto ele é virtude garantida pela igreja, uma mulher sem muitos vícios, sem degenerescências, é medíocre. Só os homens comuns ama mulheres assim..."

"(...) dizem que foi Deus quem criou os homens. Eu acho que foram os homens que criaram Deus"

"(...) A felicidade só está ao alcance dos medíocres e dos cretinos"

"A experiência é feita das desilusões (...)"

"Para que fim a gente vive ? (...) A felicidade é tudo que não se consegue, o que se deseja... E o segredo para ser sereno ? Não desejar. Chegar à suprema renúncia de não querer (...)"

"D. Risoleta, a filha do prefeito, que viera do estudo na capital, ridicularizava os cocos. Tocava músicas novas, bárbaras, ao piano. O povo, em represália, vingativo, chama-a de doida"

"Paulo Rigger não era o mesmo elegante de quando chegara da Europa. Não ligava para as roupas, cheio de problemas, todo subjetivo"

"É que a verdade é uma coisa muito relativa. Deve existir uma verdade particular para cada homem. Aquilo que lhe der a serenidade é para ele a suprema verdade (...)"

*Jorge Amado in "O País do Carnaval" Ed. Record. RJ. 1982.

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