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Esconderijos do tempo*



Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.

Quando fechas o livro eles alçam voo
como de um alçapão.

Eles não tem pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem

E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

*Mário Quintana in Rua dos cataventos e outros poemas. Ed. L&PM Pocket. Porto Alegre/RS.

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