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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"Suponho que haja tantos credos, tantas religiões, quantos são os poetas"

"Volto àquela tarde sul-americana já antiga e vejo meu pai. E o vejo nesse momento; e ouço sua voz dizendo palavras que eu não compreendia, e no entanto sentia"

"Quando penso em amigos meus tão caros como Dom Quixote, o Sr. Pickwick, o Sr. Sherlock Holmes, o Dr. Watson, Huckleberry Finn, Peer Gynt, etc. (não estou certo se tenho muito mais amigos)"

"Há versos, é claro, que são belos e sem sentido. Porém ainda assim têm um sentido - não para a razão, mas para a imaginação"

"Suspeitei muitas vezes que o sentido é, na verdade, algo acrescentado ao verso. Tenho plena convicção de que sentimos a beleza de um poema antes mesmo de começarmos a pensar num sentido" 

"(...) imagino que uma nação desenvolve as palavras de que necessita"

"(...) uma língua não é, como somos levados a supor pelo dicionário, a invenção de acadêmicos ou filólogos. Ao contrário, ela foi desenvolvida através do tempo, através de um longo tempo, por camponeses, por pescadores, por caçadores, por cavaleiros. Não veio das bibliotecas, veio dos campos, do mar, dos rios, da noite, da aurora"

"O crítico austríaco Hanslick escreveu que a música é o idioma que podemos usar, que podemos entender, mas que somos incapazes de traduzir"

"(...) filósofo chinês Chuan Tzu. Ele sonhou que era uma borboleta e, ao acordar, não sabia se era um homem que sonhara ser uma borboleta ou uma borboleta que agora sonhava ser um homem"

*Jorge Luis Borges in "Esse ofício do verso". Ed. Cia das Letras. SP. 2007. 

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