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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"O caráter artístico dionisíaco não se mostra na alternância de lucidez e embriaguez, mas sim em sua conjugação"

"Na embriaguez dionisíaca, no impetuoso percorrer de todas as escalas da alma, por ocasião das agitações narcóticas ou na pulsão de primavera, a natureza se expressa em sua força mais elevada: ela torna a unir os seres isolados e os deixa se sentirem como um único"

"A mais íntima e mais frequente fusão entre uma espécie de simbólica dos gestos e o som denomina-se linguagem. A essência da coisa é simbolizada na palavra por meio do som e de sua cadência, da força e do ritmo de sua sonorização; a representação paralela, a imagem, o fenômeno da essência são simbolizados por meio do gesto da boca (...)" 

"Os símbolos podem e precisam ser múltiplos; eles crescem, porém, instintivamente e com grande e sábia regularidade. Um símbolo entendido é um conceito (...)"

"Grito e contragrito a força da harmonia"

"Prazer comunicado é arte"

"(...) na fórmula de que eles tinham trazido o espectador para o palco. Antes de Eurípedes havia homens estilizados heroicamente dos quais imediatamente se reconhecia a descendência dos deuses e semideuses da tragédia mais antiga. O espectador via neles um passado ideal da helenidade, e, com isso, a realidade de tudo aquilo que em altaneiros momentos também vivia em sua alma. Com Eurípides o espectador, o homem na realidade da vida cotidiana, invadiu o palco"

"A força dionisíaca de encantamento comprova-se ainda aqui no mais alto píncaro dessa visão de mundo; todo o real dilui-se em aparência (...)"

*Friedrich Nietzsche in "A visão Dionisíaca do mundo". Ed. Martins Fontes. SP. 2005.

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