“Depois de ler essa
passagem de Gertrude Stein, estilisticamente estranha: ‘uma rosa é uma rosa, é
uma rosa’, ela de repente nos faz perceber que os problemas que a preocupavam
só podiam ser expressos daquela forma.”
Jacob
Bronowski
É incrível notar que
gestos significativos possam ter o silêncio como chão. Ao saber das coisas
indizíveis, parecem restar atitudes de excesso, para além do gesto reconhecível
no olhar cotidiano.
Esse lugar onde os loucos
sonhos se exercitam, aprecia ter vínculos estreitos com a alma em instantes de
transgressão criativa. Quase inacreditável ser a interrogação sua própria
resposta, um vislumbre a se perder de vista para outros horizontes.
Um rascunho de
abstração profunda, no lugar nenhum da palavra reconhecida, eis a ousadia
desses contornos de exceção. Na raridade da menção obtusa muita coisa morre pra
seguir vivendo. Os desdobramentos subjetivos apreciam a invenção das palavras
para testemunhar novas realidades. O teor dessa retórica fugaz possui
significado próprio, lugar de onde a autoria se faz sujeito.
A simbologia de traço
mal_dito faz referência e atua para dar seguimento ao que restaria
desconhecido. Ao qualificar a interseção com esses episódios da arquitetura
singular, os eventos vão se apresentando na simplicidade do momento
compartilhado. Sua visibilidade se ajusta ao teor esotérico dos encontros.
Ao leitor é possível
ser co-autor desses esboços, na intervenção com sua leitura, sobre os
apontamentos do autor primeiro. Essas raridades parecem escolher uma espécie
incomum de sujeito para se mostrar. Aos demais cabe olhar sem ver.
As representações da
irrealidade sugerem novas possibilidades existenciais. No difuso mundo da
estética o desmerecimento costuma legitimar seu viés de novidade. Talvez assim
esparrame vestígios sobre as margens impronunciadas.
Nesse contexto a
pluralidade significante de cada um, pode vir a ser momento de ensaio na
aproximação entre o querer dizer e o mencionar efetivo. A integração da pessoa
assim descrita, após o evento precursor, reivindica aprendizados sobre essa
nova estruturação, como um íntimo desconhecido recém-chegado para si
mesmo.
*Hélio Strassburger
Filósofo Clínico não
filiado a Anfic
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