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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"(...) Fernando Pessoa. Não deixa de ser um curioso destino para um escritor pouco reconhecido em sua época, de obra intimista e sem nenhuma vocação popular (...) gosta de um tom metafísico-surrealista que não está sem dúvida, ao alcance da grande maioria"

"(...) revela que dentro de nós existem muitos homens. Que poderíamos dizer, como o demônio do Evangelho, que nosso nome é legião e que somos muitos (...)"

"Na casa Museu de Fernando Pessoa contamos com a companhia de Inés Pedrosa, sua diretora. Ela se ofereceu para colaborar conosco e ajudar-nos a resolver algumas das muitas dúvidas que temos sobre essa figura tão enigmática que passou a vida mudando de endereço"

"Lisboa deve a Pessoa o fato de ter ingressado na literatura universal transformada em uma cidade simbólica, como a Paris de Baudelaire, a Praga de Kafka ou a Dublin de Joyce"

"A loucura de Virginia Woolf, unida a seu gênio criativo, é um assunto muito longo. Santa Teresa dizia que a imaginação é 'a louca da casa' e que há certo romantismo em considerar a loucura como gênio criativo"

"Londres, para ela, era quase um remédio, uma fonte de inspiração. Quando estava em Londres, era feliz (...)"

"Borges sempre reconheceu que a grande biblioteca da família havia sido o espaço essencial de sua juventude e adolescência"

"Nesse subúrbio, Borges encontrou espelhos, labirintos (...)"

"(...) Fervor de Buenos Aires (...) antecipava temas que seriam fundamentais na obra posterior do escritor: o espanto metafísico do cotidiano, os espelhos, o mistério do tempo, o lado íntimo e secreto da cidade compartilhada, a confusão da morte e os feitos heroicos e perdidos do passado" 

"(...) Estava em outro coisa, vivia em um mundo paralelo, em outra dimensão (...) A interseção entre o fantástico, o exótico e Buenos Aires está presente  em inúmeros contos"

"Borges gostava de dizer que preferia vangloriar-se das suas leituras mais do que da sua escrita"

"Entra-se em Kafka como quem entra em uma gruta ou em um labirinto, e não apenas em um livro. Uma vez que começamos a lê-lo, nunca saímos totalmente dele (...)

"Ele trabalha constantemente sobre as contradições, os paradoxos que nos amargam a vida devido à linguagem (...)"

"Além de grande escritor, Kafka foi um leitor apaixonado. Entrava em transe com livros, e ele mesmo em seus diários faz menção a essa paixão, que é quase maior e mesmo anterior à escrita"

"As obras de Kafka tem interpretações múltiplas e contraditórias. Há tantas que qualquer uma delas é possível"

"Kafka produziu uma obra passível de múltiplas leituras, e isso é o genial. Não há uma interpretação aceita por todos, e não haverá nunca, porque esse é o princípio da sua literatura" 

"(...) nunca parou de reivindicar que o insuperável do homem está em nós, ainda que permaneça obstinadamente fora do nosso alcance"

*Fernando Savater in "Lugares mágicos - Os escritores e suas cidades". L&PM Editores. Porto Alegre/RS. 2015.

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