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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"O mundo é a minha representação (...) Possui então a inteira certeza de não conhecer nem um sol nem uma terra, mas apenas olhos que vêem este sol, mãos que tocam esta terra; em uma palavra, ele sabe que o mundo que o cerca existe apenas como representação, na sua relação com um ser que percebe, que é o próprio homem"

"(...) o sujeito é o substratum do mundo, a condição invariável, sempre subentendida de todo fenômeno, de todo objeto, visto que tudo o que existe, existe apenas para o sujeito. Este sujeito, cada um o encontra em si, pelo menos enquanto conhece, não enquanto é objeto de conhecimento"

"(...) esta realidade é, portanto, puramente relativa (...)"

"O homem comum, esse produto industrial que a natureza fabrica à razão de vários milhares por dia, é, como dissemos, incapaz, pelo menos de uma maneira contínua, desta percepção completamente desinteressada, sob todos os pontos de vista, que constitui a contemplação, para falar com rigor ele só pode fazer incidir a sua atenção sobre as coisas na medida em que elas têm uma certa relação com a sua própria vontade, por mais longínqua que seja tal relação"

"(...) mergulhemos na contemplação da natureza, tão profundamente que já só existamos como puro sujeito que conhece: sentiremos imediatamente por isso mesmo que somos, nessa qualidade, a condição, por assim dizer, o suporte do mundo e de toda existência objetiva, visto que a existência objetiva só se apresenta, a partir de agora, a título de correlativo da nossa própria existência"

"(...) esse ponto de vista é o da vontade; ora, a vontade manifesta-se unicamente como aquilo que constitui o mundo, abstraindo da representação; foi então que, segundo esta noção, demos ao mundo, considerado como representação, o seguinte nome, que corresponde tanto ao seu conjunto como às suas partes: a objetividade da vontade, que significa: a vontade tornada objeto, isto é, representação

*Arthur Schopenhauer in "O mundo como vontade e representação" Ed. Contraponto. RJ. 2001.

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