“Universal como a
violência e a morte, a dor nos iguala.”
Michel Serres
Milhões de pessoas em
suas vidas, em casas, sós ou
acompanhadas, partidas, inteiras, felizes, tristes, por meio e metade de
um tudo, e todos estão algures – lugar próximo deste mundo.
Eu aqui, inteiro, em
pedaços, parte do todo, nau perdida em sonhos, esperto para o amanhã. Fuga
necessária para o outro lado do rio, braços e pernas aquecidos para entrar a
nado e nado até o lado seguro da vida.
Depois, então a me
secar ao vento, de outro lugar, sem luzes difusas de restos e sobras do
passado, feito no tempo que mete medo aos passantes. Passado e presente, entre
roupas e dores alimentadas de promessas do outro lado de lá, do tempo que ficou
marcado como se fosse dor de dente.
Esquecido de tudo,
estar prestes e se atirar nas águas que podem levá-lo longe, bem longe das
verdades em compotas. A vida − depois de tudo − é um corpo que some a distância
da ira dos que estão do lado de lá. No canto da boca existe um rio, a fuga,
palavras, o que voa é o que fica no espaço entre o fim do olhar e o horizonte
do pensamento.
Prof. Dr. Luis Antonio
Paim Gomes
Filósofo. Editor. Livre
Pensador.
Porto Alegre/RS
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