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Fragmentos Filosóficos, Literários, e algo mais*


"A palavra poética jamais é completamente deste mundo : sempre nos leva mais além, a outras terras, a outros céus a outras verdades"

"(...) O poema é linguagem - e linguagem antes de ser submetida à mutilação da prosa ou da conversação -, mas é também mais alguma coisa. E esse algo mais é inexplicável pela linguagem, embora só possa ser alcançado por ela. Nascido da palavra, o poema desemboca em algo que a transpassa"

"O poema nos faz recordar o que esquecemos: o que somos realmente"

"(...) Irredutível, elusiva, indefinível, imprevisível e constantemente presente em nossas vidas, a alteridade se confunde com a religião, a poesia, o amor e outras experiências afins. Surge com o próprio homem, de modo que pode dizer-se que se o homem se fez homem por obra do trabalho, teve consciência de si graças à percepção de sua radical alteridade"

"(...) Seus signos não são uma linguagem: são os sinais que marcam as fronteiras, sempre em movimento, entre o homem e a realidade inexplorada"

"Não é tanto a criação de poemas que o surrealismo se propõe, mas a transformação dos homens em poemas viventes"

"O exercício da poesia pode ser uma distração ou uma enfermidade, nunca uma profissão: o poeta não trabalha nem produz (...) Como a poesia não é algo que possa ingressar no intercâmbio de bens mercantis, não é realmente um valor. E se não é um valor, não tem existência real dentro do nosso mundo"

"O realismo do romance é uma crítica da realidade e até uma suspeita de que seja tão irreal como os sonhos e as fantasias de Don Quixote"

"Para a tradição oriental a verdade é uma experiência pessoal. Portanto, em sentido estrito, é incomunicável"

"O mexicano não quer ser nem índio, nem espanhol. Tampouco quer descender deles. Nega-os. E não se anima em sua condição de mestiço, mas só como abstração: é um homem. Torna-se filho do nada. Começa em si mesmo"

*Octavio Paz in "Signos em Rotação". Ed. Perspectiva. SP. 2009. 

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