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Fragmentos Filosóficos, Literários, e algo mais*


"Somos quem designa o lugar da aventura, o lugar da crise, o lugar propício para alargar o horizonte da imaginação, o lugar onde o pensamento, quando desafiado, produz respostas para alguns dos nossos questionamentos" 

"(...) O meu repertório é composto de memórias do mundo (...) sou múltipla na minha humanidade. Nunca me resignei a ser uma só criatura. Arrasto comigo uma genealogia que já nem mais sei de que criaturas, de que etnias se constitui"

"A língua portuguesa é espúria e libertária (...) Venceu o lado trânsfuga do mundo, afundou-se na totalidade dos seres, farejou o que repousa recôndito, ofertando-lhe nomenclatura inovadora, produzindo sortilégios, encômios, iluminações"

"(...) a sabedoria de observar as coisas como parte indissolúvel de um conjunto"

"(...) as histórias nasceram para jamais se esgotar (...) ao contarem histórias, liberaram a imaginação humana do cárcere do cotidiano"

"Para Machado de Assis, a cidade é poderosa manifestação poética. Um labirinto que favorece suas reflexões e do qual não quer sair, atraído pelas suas zonas de sombra"

"(...) Eu sou quem eu amo (...) a palavra que não fala é porque não lhe emprestei o coração"

"Sou, naturalmente, o que penso, mas melhor me materializo ao admitir ser o que escrevo. A escritura é o discurso visível da minha alma (...) Como escritora, origino-me da fantasia do meu tempo e diariamente regresso ao seu chão"

"(...) Apesar do verbo subscrever intenções, sobressaltos, musicalidade, igualmente fomenta a desordem com que se cumpre, aliás, a rota da invenção" 

"(...) a quimera tem como medida o exato tamanho da realidade que representa"

"(...) aprendia o valor dos artistas na escala social. Os únicos seres através de quem se enxergava a realidade com moldes novos (...) Como peregrina, percorria a pé o deserto da ilusão, com areias escaldantes. A pele lhe descascava, levando às costas, à guisa de caracol, a casa apinhada de memórias"

"(...) tudo que diz respeito aos que poetizam a realidade"

"Ancorados neste continente, somos tantos e todos ao mesmo tempo. Polissêmicos e solitários, unos e fragmentados, favorece-nos uma mestiçagem originária do caos do sangue e da memória"

"Já que a narrativa tem ciência de que a vida, fora dos limites da invenção, perde o caráter transgressor e acomoda-se. E de que, longe da utopia, a controvertida modernidade dos sonhos desvanece-se" 

*Nélida Piñon in "Aprendiz de Homero". Ed. Record. RJ. 2008. 

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