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Primeira Impressão*


O poema novo é dos insurgentes.
Surge, subterrâneo
e somente eles o escutam.
Não parece poema, parece
que todos podem escrevê-lo
mas não o escrevem
nem o escreverão nunca.

Não tem cabeça e pé
princípio ou fim definidos
mas não são sem pé nem cabeça.
Tem peito, plexo solar, e dois
dedos de prosa quebrados.
Só vai ser poesia, depois.
Quando muitos terão lido
relido e estabelecido.

*Armando Freitas Filho in "O Livro das Palavras". Ed. Leya. SP. 2013. 

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