Pular para o conteúdo principal

Fragmentos Filosóficos, Literários, e algo mais*


(...) descobrimos que a linguagem é o homem e que somos feitos de palavras, pronunciadas e não pronunciadas, umas banais e outras atrozes"

"(...) O poema nos faz recordar o que esquecemos: o que somos realmente"

(..) o sentido não só é o fundamento da linguagem como também de toda apreensão da realidade. Nossa experiência da pluralidade e da ambiguidade do real parece que se redime no sentido"

"Para a tradição oriental a verdade é uma experiência pessoal. Portanto, em sentido estrito, é incomunicável"

"(...) Muitos séculos antes que Hegel descobrisse a equivalência final entre o nada absoluto e o pleno ser, os Upanishad tinham definido os estados de vazio como instantes de comunhão com o ser (...)"

"Pensar é respirar porque pensamento e vida não são universos separados e sim vasos comunicantes"

"(...) a expressão América Latina: é uma, ou várias, ou nenhuma ? Talvez seja apenas um rótulo que mais do que nomear, oculta uma realidade em ebulição - algo que não tem nome próprio porque tampouco conseguiu ter uma existência própria"

"As antigas fronteiras se apagam e reaparecem outras; assistimos ao fim da ideia da arte como contemplação estética e voltamos a algo que o Ocidente havia esquecido: o renascimento da arte como ação e representação coletivas e o de seu complemento contraditório, a meditação solitária"

"O poema acolhe o grito, os trapos vocabulares, a palavra gangrenada, o murmúrio, o ruído e o sem-sentido: não a in-significância"

"O poema cessa de ser uma sucessão linear e escapa assim à tirania tipográfica que nos impõe uma visão longitudinal do mundo, como se as imagens e as coisas se apresentassem umas atrás das outras e não, como realmente ocorre, em momentos simultâneos e em diferentes zonas de um mesmo espaço ou em diferentes espaços"

"(...) Inclusive as grutas do paleolítico parecem-nos um texto talvez indecifrável mas não desprovido de sentido"

"A contradição do diálogo consiste em que cada um fala consigo mesmo ao falar com os outros; a do monólogo em que nunca sou eu, mas outro, o que escuta o que digo a mim mesmo"

*Octavio Paz in "Signos em Rotação". Ed. Perspectiva. SP. 2009. 

Comentários

Visitas