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Fragmentos Filosóficos, Literários, e algo mais*


"(...) é preciso saber abrir caminho no espesso matagal das opiniões autorizadas que proliferaram a respeito da coisa humana, e que ocupam o alto das cátedras institucionais (...) é diante dessas análises institucionais que devemos submeter a razão ao teste da plasticidade do que é vivo. O que não significa aniquilá-la, mas, pelo contrário, enriquecê-la"

"Devo frisar que, desde sempre, o ato de pensamento esteve voltado para os que se fazem perguntas, e não para os que já têm as respostas"

"As máscaras pós-modernas estão sob influência. Influência de coisas, de problemas ancestrais. Traduzem a força impessoal que, de forma subterrânea, vem de muito longe, e às vezes se exprime à luz do dia"

"(...) É instrutivo observar que, além da 'língua oficial', a do pensamento conforme, existe uma multiplicação de idiomas, discursos tipicamente tribais, enraizados nas práticas cotidianas, de qualquer ordem que sejam: musicais, esportivas, sexuais, culturais e até políticas ou mesmo intelectuais" 

"O corpo social é um metabolismo vivo. E, como tal, tem variações, ritmos específicos, múltiplas acentuações (...)"

"(...) Já que Dionísio é, como sabemos, um deus com cem nomes. Não poderia haver melhor metáfora da pluralidade no seio de cada um de nós" 

"É necessário muita fantasia para enriquecer o conhecimento que podemos ter da vida social (...) só podemos compreender os fantasmas que animam o corpo social mobilizando fantasmas que permitam identificá-los"

"(...) O sentido para a pessoa é fornecido pela pluralidade das máscaras que a constituem, e pelo contexto no qual suas diversas máscaras poderão expressar-se"

"Um arcabouço que torne evidente aquilo que não raro se tenta recusar, ou seja, que não podemos nos vangloriar de escapar às diversas influências de nossa época. Ainda que estejamos conscientemente convencidos do contrário, cada um é parte integrante de um grupo, está contaminado pelo espírito coletivo"

"(...) É aí que tropeça o pensamento moderno. Obnubilado pela busca das causalidades e finalidades mecânicas, ele se mostra incapaz de apreender uma vida social sem projeto. A volta do nômade e outras formas do homem selvagem"

"(...) Defasagem que está na lógica das instituições humanas, que tendem, por lentidão sociológica, a querer sobreviver à efervescência cultural que lhes deu origem"

"(...) Equivocamo-nos ao buscar uma explicação, quando a solução da dificuldade está numa simples descrição"

"(...) Busca perpétua de um ponto de Arquimedes que é o da dúvida, fugindo, como o diabo da cruz, das certezas definitivas e do conforto mortífero dos dogmas empedernidos"

*Michel Maffesoli in "O Ritmo da Vida - Variações sobre o imaginário pós-moderno". Ed. Record. RJ. 2007. 

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